quinta-feira, 24 de abril de 2014 | |

A cidade: entre o real e o ideal

“Pelas ruelas estreitas da personalização do poder desfila a pós-modernidade de nossas cidades grandes e médias. Como átomos sociais perdidos em hiperespaços, as pessoas circulam de maneira atabalhoada, esbarrando nos congestionamentos, enfrentando barreiras quase intransponíveis, respirando poluição, ouvindo insuportáveis decibéis de ruídos contínuos e gastando horas preciosas de vida.

No dia em que a cidade respeitar o cidadão, a recíproca poderá ocorrer. Enquanto esse dia não chega, podemo-nos contentar com a poesia de Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti, na versão cantada de Chico Buarque: ‘Deve ter alamedas verdes / a cidade dos meus amores / e, quem dera, os moradores / e o prefeito e os varredores / e os pintores e os vendedores / as senhoras e os senhores / e os guardas e os inspetores / fossem somente crianças’.”

Fonte: Gaudêncio Torquato, “Era uma vez... mil vezes – O Brasil de todos os vícios”, ed. Topbooks: São Paulo, 2012, p. 316.

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