quarta-feira, 23 de outubro de 2013 | |

Do outro lado da vida

Sofremos, e sentimos muita saudade, claro, quando morre uma pessoa querida. Mas a coisa pode ser pior ainda, se vista da perspectiva inversa. Imagine a dor dos mortos, se pudessem contemplar a vida dos familiares e dos entes queridos a quem deixaram.

Também eles, como os vivos, teriam de passar pelo longo trabalho do luto; a despedida não se completa de uma só vez. É preciso deixar que o tempo desfaça os laços do sentimento, até que por fim, em cada túmulo, os mortos se calem na indiferença, no descanso, no nada. (...)

Fonte:
Marcelo Coelho, “Nossa cidade”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 23/10/13.

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