terça-feira, 27 de agosto de 2013 | |

Audiência da prefeitura sobre orçamento acaba em críticas

A audiência pública realizada pela Prefeitura de Limeira na noite desta terça-feira (27/8) para apresentar os detalhes do PPA (Plano Plurianual) 2014-17 terminou em meio a críticas do público. Ocorrida no Palacete Levy, no Centro, a reunião contou com cerca de cem pessoas, incluindo sete secretários e servidores municipais.

Dois vereadores – Wilson Cerqueira e Aloízio de Andrade, ambos do PT e da base do governo Paulo Hadich (PSB) – estiveram presentes. O prefeito não foi – tinha outro compromisso, justificou o vice Antônio Carlos Lima (PT).

Ao abrir a audiência, o vice-prefeito enalteceu o fato do plano ter sido construído “com todas as mãos da sociedade limeirense”.

Foi justamente a participação popular que levou aos questionamentos. Conselheiros do projeto de Orçamento Participativo (OP) reclamaram da ausência das propostas discutidas por eles durante semanas a partir das demandas da comunidade nas várias regiões da cidade.

O PPA é o instrumento que formaliza o planejamento das ações da administração municipal para um período de quatro anos (portanto, todo o atual governo).

A explicação do secretário de Governo e Desenvolvimento, Mauro Zeuri, de que as propostas geradas a partir do OP seriam detalhadas numa reunião na próxima terça-feira acentuou a revolta dos conselheiros. Isto porque o projeto do PPA tem que ser enviado à Câmara Municipal até esta sexta-feira (30/8), por força de lei.

As manifestações foram duras. “A gente está fazendo papel de bobo”, disse um conselheiro. Um outro lembrou que a inclusão no PPA da construção de uma unidade básica de saúde na região do Jardim Brasil/Santo André tinha sido prometida pelo então secretário da área, Raul Nilsen Filho. “Foi acordado com ele e não está no PPA”, reclamou o conselheiro.

“Eu me sinto hoje desrespeitado. Se isto não for melhor discutido eu estou indo embora e não volto mais”, manifestou um homem. “Eu estou me sentindo abandonada. A quem vou recorrer?”, perguntou uma mulher. “Só falam que vai por no site (a lista das propostas do OP) e até agora nada”, reclamou uma conselheira.

Zeuri reconheceu que não houve tempo para finalizar a listagem das demandas surgidas via OP e a posição do governo a respeito delas (quais serão incluídas nos futuros orçamentos municipais e quais não foram acolhidas). Ele explicou que a ideia da audiência não era detalhar as ações e sim apresentar o plano geral da administração.

As explicações não acalmaram os ânimos. “Eu estou me sentindo uma verdadeira palhaça”, falou uma conselheira. “O que é que nós vamos ver dos nossos debates neste PPA?”, perguntou um conselheiro. O secretário explicou que o fato de uma proposta surgida nas reuniões do Orçamento Participativo não ter sido apresentada na audiência não significa necessariamente que esteja fora do PPA.

A situação só foi amenizada diante da antecipação para esta quarta-feira (28) – antes, portanto, do PPA ser enviado à Câmara – da reunião do conselho do OP que estava agendada para a próxima terça (3/9).

Em tempo: o vice-prefeito não ouviu as críticas do público pois se retirou logo após abrir a audiência.

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