sábado, 31 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Um risco no céu

Eu vi uma estrela cadente!

Sabe o que isto significa? Nada.


Fico sempre empolgada quando veja uma estrela-cadente. Aliás, conforme explicação do professor Basílio Xavier Santiago, do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao portal Terra, as tais estrelas cadentes não são estrelas.

"O que observamos riscando os céus são 'rochas provenientes do espaço que atingem a Terra. Ao entrarem na atmosfera da Terra com velocidade de dezenas de quilômetros por segundo, o atrito com o ar as aquece muito rapidamente e elas geralmente são incineradas'. É justamente esse processo de atrito com o ar que gera a luz. 'O que vemos no céu é um rastro de luz causado pelo meteoro ao mergulhar na atmosfera'", explica o site.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Que país é este?

O sistema político: "perverso".

O Congresso: "balcão de negócios".

As campanhas eleitorais: "estratosféricas".

As definições acima partiram do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). "Essa é a dura realidade: um modelo político que o interesse público frequentemente precisa ser comprado”, afirmou.

Como?

- “loteamento de cargos para, a partir deles, se drenarem recursos para o financiamento eleitoral;

- emendas orçamentárias que beneficiam empresas de fachada e que repassam verba para o bolso ou para o partido;

- licitações superfaturadas, subfaturadas ou cartelizadas;

- venda de penduricalhos em medidas provisórias para atender a interesses que não se saem bem no debate público.”

Raras vezes vi alguém resumir de modo tão lúcido e didático como funciona Brasília, nossa “ilha da fantasia”, e a política no Brasil.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Diálogo entre dois amigos (2)

Reflexões sobre a vida, Limeira, o Brasil e o mundo


“A solução pro nosso povo
Eu vou dá
Negócio bom assim
Ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui
É só vim pegar
A solução é alugar o Brasil!”
(“Aluga-se”, de Claudio Roberto e Raul Seixas)


O povo tem que ir pra rua em passeatas gigantescas, parar o país em definitivo, ainda que isto cause prejuízos para todos, invadir o Congresso... É inaceitável, injustificável, lamentável que os deputados tenham absolvido um cara CONDENADO e PRESO por CORRUPÇÃO. O sujeito está na cadeia e mantém o cargo de deputado!!!!

Só neste país!

Eu me sinto impotente diante de uma notícia destas. Completamente impotente. Minha vontade é gritar, xingar, mandar todo mundo tomar no c., os caras ainda mantêm esse tal de voto secreto, mas o que eu falar vai adiantar? Você acha que algum daqueles m. de Brasília está preocupado comigo, com o que eu penso?

Então, não sei se é fruto do meu desânimo pessoal, mas para mim já está consolidado: este país não tem solução, o melhor a fazer é ir embora. Não sei se vou conseguir isto um dia porque sair sem ter emprego fora é difícil, mas se eu pudesse escolher, neste momento eu ia embora. Ia viver num país civilizado.

E também já jurei para mim mesmo que NÃO VOTO MAIS EM NINGUÉM. Sei que isto não ajuda nada, que tem gente boa lá, mas como diz o capitão Nascimento: “O SISTEMA É FODA!!!!!”

Podem me chamar de inconsequente, mas está certo meu irmão, que há anos nem perde tempo de ir votar. Por mais que eu acredite que não exista solução que não passe pela política, hoje o que tenho é um grande, enorme, gigantesco sentimento de revolta e decepção.

O melhor mesmo é alugar o Brasil!!!

Desculpe o desabafo...

***

Cara, eu acabei de ver isso... É revoltante, eu também acho que este país não tem mais jeito, é só um bando de chupim, parasita, sugando o povo, manipulando tudo e NINGUÉM FAZ NADA.

Aí quando o povo sai às ruas e quebra TUDO, falam que é vandalismo, mas e o que o governo faz há anos com a população, o que as GRANDES empresas e a mídia manipuladora fazem, isto também não é um vandalismo? 

Ou ocorre uma REVOLUÇÃO JÁ, uma mudança total no sistema por completo, ou aluga este país para quem sabe administrar. Porque aqui, com esse bando de ladrão, não vamos chegar a lugar algum.

Salve-se quem puder e, quem puder, suma do Brasil. Ah se eu pudesse, tchau e até nunca mais.

Eu não perco mais meu tempo indo às urnas, só se por acaso ver que vale muito a pena, coisa que há anos não vale...

***

Pois é, e agora voltamos ao tempo da ditadura, nem protestar o povo pode mais. No Maracanã, a polícia retirou uma faixa em protesto contra a concessão do estádio.

Tudo bem que quando fui assistir a um jogo fora do Brasil o policial me impediu de colocar faixa na grade do estádio, mas aqui claramente a polícia só agiu por causa do tipo de protesto, contra a empresa que ganhou a concessão do estádio.

Por isso o povo tem urgente que voltar às ruas.
 
***

Putz... Que merda hein! O povo tem que voltar às ruas mesmo.

E você viu aqueles policiais batendo na mulher durante a manifestação?
Ela ainda só estava registrando o fato porque faria um documentário... Vai ser ótimo pra imagem da PM...

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Ligações


Gosto muito de túneis. E de pontes.

É que - como já registrei neste blog (e como o Charlie Brown Jr. cantava) - ambos, pontes e túneis, têm como função ligar opostos, extremos, estabelecer ligações. 

E o que temos na vida, afinal, se não as ligações que estabelecemos, as pontes que criamos, os túneis que cavamos para nos ligar às pessoas?


Há ainda um outro sentido possível que também me agrada: túneis e pontes existem para superar desafios, enfrentar resistências, sejam penhascos, rios caudalosos e mares ou grandes montanhas e rochas duras.

Construir túneis e pontes é, portanto, romper barreiras para estabelecer ligações. 

Eis uma boa receita para a vida.

Detalhe: para que as pontes e túneis resistam, é preciso que sejam construídos com solidez. Tal como as ligações que estabelecemos.

Em tempo: o túnel da primeira foto fica em São Paulo e o outro em Munique, na Alemanha.

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Frase

“(...) o papel do processo civilizatório é reprimir o que há de ruim e potencializar o bem, (mas) o sistema político brasileiro faz o contrário: reprime o bem e potencializa o mal.”
Luís Roberto Barroso, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), durante julgamento dos recursos do caso do “mensalão”

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E agora, José?

O impensável aconteceu.

Estava tudo tão fácil, era como chutar cachorro morto. Bastava jogar a pá de cal: o deputado Natan Donadon (ex-PMDB/RO) está preso, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), de modo que a cassação do mandato seria quase protocolar.

Mas não: a Câmara dos Deputados preferiu o suicídio, como bem definiu o jornalista Josias de Souza em seu blog.

Sob o escudo cada vez mais injustificável do voto secreto, manteve inconcebivelmente o mandato de um parlamentar condenado e preso, um “cadáver político”, conforme Josias.

O colunista da “Folha de S. Paulo” recorreu a adjetivos e advérbios absolutamente felizes (se é que se pode falar em algo feliz nesta história) para descrever o que ocorreu na Câmara Federal na noite de 28 de agosto, de modo que me cabe apenas repeti-los diante da ausência de melhores palavras. Repetirei em caixa alta, como se diz no mundo gráfico:

NOITE CONSTRANGEDORAMENTE DEPLORÁVEL.

Foi o que se viu. Pela primeira vez na história do Parlamento brasileiro, um presidiário de terno e gravata ocupava a tribuna e exprimia palavras deprimentes, para acentuar o tom constrangedor da noite:

- Esses 60 dias que eu estou preso lá, tenho sofrido muito. Tenho sofrido muito. É desumano o que um prisioneiro passa. A minha família tem sofrido muito. Por favor, me absolvam. Essa Casa é independente!


Se mentiu a respeito de sua inocência, Donadon sabia bem o que estava falando quando apelou aos colegas pregando a independência do Legislativo. Nas entrelinhas, estava dando recados.

E os recados foram entendidos.

O fato está posto, não tem volta. O Brasil conseguiu a façanha de ter um deputado, com mandato eletivo, atrás das grades. Uma “anomalia”, definiu Josias.

Minha dúvida é: o que faremos nós todos, os brasileiros, a sociedade, o povo que foi às ruas em junho cobrar melhorias e mudanças nos rumos deste país?

Minha dúvida é: você, em outubro de 2014, vai votar em quem?

Não me causará espécie se, apurados os votos, ver no Parlamento os Feliciano, os Otoniel (e os votos de cabresto que ambos recebem de fiéis eleitores), os Sarney, os Renan, os Jader, os Maluf, os... Donadon.

Quem os coloca lá, afinal? Será algum marciano?

Até quando vão faltar educação e consciência política neste país, molas propulsoras do populismo demagógico (sim, é pleonasmo, foi intencional), da hipocrisia e da corrupção?

Pois é, tudo leva a crer que o sistema político não mudará, as caras não mudarão, os modos não mudarão porque, antes e acima de tudo, o povo (com exceções, claro) em sua grande parte não mudará. E não mudará porque lhe falta vontade, interesse, consciência e educação.

Sim, temos nossa parcela de culpa, nossa tão grande culpa.

Sei que não se muda um país sozinho e tampouco sei agora o que podemos cada um de nós individualmente fazer. Juntos, porém, temos força. Teremos força. Somente a união nacional será capaz de escrever uma nova história.

Então voltemos às ruas! Com ainda mais força!

Porque, ao que parece, eles realmente não entenderam o recado.

Ou simplesmente ignoraram porque, bem... quando os votos forem apurados...

Como escreveu o poeta: e agora, José?

Em tempo: já que 131 nobres deputados (fora 41 que se abstiveram, algo incompreensível) se compadeceram das dores de Donadon, por favor ouçam o apelo do nobre deputado-presidiário: a comida da cadeia é ruim, falta água e o banho é frio.

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Sinal dos tempos

A crise econômica que atingiu os Estados Unidos em 2008, a maior desde a Grande Depressão de 1929, produziu personagens antes dificilmente vistos naquele país.

É o caso do catador de latinhas flagrado na St. Charles Avenue, em Nova Orleans. Um personagem bastante conhecido no Brasil, mas até então raro nos EUA.



Leia também:

- A nova realidade americana

- A nova realidade americana (2)

- Divagações sobre um país

* As fotos são de Carlos Giannoni de Araujo

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Diálogo ocasional

- Longe daqui você vai poder superar e esquecer.
- Superar acho que... Superar é mais fácil, todo mundo supera, mas esquecer... eu duvido.

PS: diálogo ouvido num programa de TV.

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Mãos limpas

What part of our history is reinvented
And under rug swept?
What part of your memory is selective
And tends to forget?
What with this distance it seems so obvious?

Ooh, this could get messy
Ooh, I don't seem to mind
(...)

(“Hands clean”, de Alanis Morissette)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Bons exemplos mundo afora

Uma das situações que mais chamam minha atenção quando viajo refere-se a obras nas cidades. Seja nos Estados Unidos, Canadá ou Europa, é incrível constatar o rigor e o cuidado que os construtores dispendem à sociedade.

Não se vê em nenhum desses lugares material de construção obstruindo ruas e calçadas, como é comum no Brasil. Caso seja preciso utilizar temporariamente o passeio público, o construtor é obrigado a fazer uma nova passagem, com toda a segurança e, via de regra, com cobertura. E não é simplesmente colocando aquelas faixas com listras amarelas e pretas; são feitos túneis de ferro e madeira, como na foto a seguir, tirada em Toronto (Canadá):


Em grandes prédios, é normal o uso de telas protetoras ao redor de toda a edificação, independentemente do tamanho. Guindastes também são comuns - eles são mais seguros para o trabalhador.

O nível de informações sobre as obras, colocadas em placas para o público, é outro destaque. Vale, inclusive, alertar para a possibilidade de denúncias a respeito de abusos na obra, seja em relação à sociedade ou aos trabalhadores.

A placa a seguir, por exemplo, foi flagrada em Nova York:


Estas medidas não custariam nada aos nossos governos - talvez provocassem algumas queixas de construtores, mas quem há de se apresentar contra a segurança de trabalhadores e pedestres?

Por que, então, não copiar o que de bom existe em outros países?

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Limeira não tem dinheiro para novas escolas e UBS, diz secretário

Um palacete do século 19 como cenário para discutir a cidade do século 21. Ou o que se pretende para ela nos próximos anos. O histórico Palacete Levy, no centenário largo Boa Morte, no Centro de Limeira, sediou a audiência pública da prefeitura a respeito do PPA (Plano Plurianual) 2014-2017. O evento - na noite de terça-feira (27/8) – reuniu cerca de cem pessoas.

O PPA é o instrumento que oficializa o planejamento do município para quatro anos. Em outras palavras, é o plano real de governo, aquele passível de execução e não o feito pela marquetagem político-eleitoral durante as campanhas.

De acordo com o PPA, que será enviado à Câmara Municipal nesta sexta-feira (30), Limeira deverá ter uma receita de R$ 4,383 bilhões nos próximos quatro anos – R$ 1,084 bilhão só em 2014. O valor inclui possíveis repasses de convênios com os governos estadual e federal (isto significa que o valor estará obrigatoriamente acima do orçamento do município para os próximos anos).

Da prefeitura propriamente, serão R$ 3,970 bilhões de receita em quatro anos (fora as autarquias, empresas de economia mista e Instituto de Previdência).

Os principais convênios em discussão envolvem três áreas: mobilidade (por meio do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento do governo federal), modernização da máquina pública e aeroporto.

A maior fatia da receita irá para educação (R$ 943 milhões em quatro anos), seguida da saúde (R$ 769 milhões) e obras (R$ 645 milhões – neste caso com receitas extras dos convênios).

Os principais investimentos previstos no PPA e a origem dos recursos são:

  • 8 creches (5 já garantidas em convênio) – R$ 11,750 milhões – governo federal
  • 3 quadras poliesportivas
  • reforma do Limeirão – R$ 4,6 milhões - governo federal
  • reforma de centros esportivos - R$ 5 milhões – governo federal
  • pista de atletismo – R$ 7 milhões – governo federal
  • novo Fórum – R$ 12,6 milhões – governo estadual (mais R$ 3,2 milhões de contrapartida da prefeitura)
  • aeroporto – R$ 85 milhões – governo federal (mais R$ 5 milhões de contrapartida da prefeitura)
  • terminal interurbano – R$ 25 milhões – operação de crédito
  • segundo viaduto Boa Vista/Centro – R$ 17,5 milhões – governo federal
  • viaduto da avenida Lauro Corrêa da Silva – R$ 42 milhões – operação de crédito
  • viaduto do Cotil/Enxuto – R$ 18,4 milhões – operação de crédito
  • viaduto da avenida Laranjeiras/Vila Queiroz – R$ 28,750 milhões – operação de crédito
  • construção de passarelas – R$ 19,5 milhões – operação de crédito
  • piscinão do Tiro de Guerra – R$ 25 milhões – governo federal
  • marginais nas rodovias – R$ 85 milhões – governo estadual (mais R$ 40 milhões da prefeitura; o município tentará esta contrapartida junto ao governo federal)
  • duplicação da Limeira/Cordeirópolis (SPV-17) – R$ 21,5 milhões – governo federal
  • revitalização da avenida Costa e Silva – R$ 30 milhões – governo federal

Não foi citado nenhum projeto para construção de um ginásio de esportes, uma demanda da comunidade esportiva há anos.

SEM DINHEIRO
Apesar dos valores milionários, o secretário de Governo e Desenvolvimento, Mauro Zeuri, afirmou que a prefeitura praticamente não tem dinheiro para obras. Ele descartou, assim, a construção de escolas e unidades de saúde (UBS) com verba do município. A cidade só ganhará novas unidades educacionais e de saúde se houver convênios com os governos estadual e federal.

“UBS ou qualquer outra coisa nós vamos conseguir construir se vier recurso externo. Não tem recurso próprio da prefeitura para fazer. O recurso (do município) vai ser usado para contrapartidas”, disse o secretário, deixando clara a estratégia do governo Paulo Hadich (PSB): usar o pouco que sobrar de investimentos para garantir convênios de maior valor com os governos federal e estadual.

Zeuri citou que a discussão a respeito de alguns convênios está mais adiantada e de outros ainda em fase embrionária. Deixou evidenciada a aposta na ajuda federal. E criticou o governo estadual – do PSDB. “Convênio com o governo do Estado é difícil fazer e quando faz custa mais caro pra gente (do que com o governo federal)”, afirmou.

O secretário criticou também o governo do ex-prefeito Pedro Kühl – sem citá-lo - ao falar das vias marginais. “O governo do prefeito que era muito amigo do governador não pediu as marginais para Limeira”, falou, em referência à propalada amizade entre Kühl e o então governador Mário Covas, ambos do PSDB.

Na época, quando o governo estadual definia o processo de concessão das rodovias, Limeira deixou de pedir a duplicação do Anel Viário (que liga duas vias concedidas à iniciativa privada), como manifestou o então secretário estadual de Transportes, Michael Paul Zeitlin. Já Mogi-Mirim foi contemplada, bem como Piracicaba conseguiu o seu recentemente.

Sobre a duplicação da pista de Limeira para Cordeirópolis, Zeuri disse que não será possível cumprir o prazo acordado em 2012 por meio de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre prefeitura e Ministério Público (MP). O acordo prevê que a obra seja feita em dois anos; o secretário falou em quatro – o que exigirá novas tratativas junto ao MP.

Presente à audiência, o vice-prefeito Antônio Carlos Lima (PT) disse que o governo Hadich vem “trabalhando com muita dificuldade”. “Todo mundo sabe que ainda estamos executando o orçamento que recebemos”, falou.

Também estiveram na audiência os vereadores Wilson Cerqueira e Aloízio de Andrade (ambos do PT) e os secretários Marcelo Coghi (Agricultura), Alquermes Valvassori (Meio Ambiente), João Marcos Carrasco (Fazenda), José Luiz Rodrigues (Esportes), Marcos Paulino (Comunicação) e Andréa Soares Ganzert (Transportes), além de Zeuri, o único a se manifestar (ele apresentou o PPA).

Leia também:

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Um recado no chão


A frase acima foi flagrada no pavimento, escrita com giz, em frente à prefeitura de Toronto (Canadá).

Para quem não entende inglês, está escrito: "Sua primeira prioridade deveria ser sua felicidade".

Faz sentido...

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A importância de recomeçar

O guerreiro da Luz sabe o valor da persistência e da coragem. Muitas vezes, durante o combate, ele recebe golpes que não estava esperando.

O guerreiro da Luz sabe que, durante a guerra, o inimigo vencerá algumas batalhas. Quando isto acontece, ele senta-se em um canto, chora suas mágoas, recupera um pouco suas energias, mas imediatamente volta a lutar por seus sonhos.

Ele sabe que, quanto mais tempo permanecer afastado, maiores são as chances de sentir-se fraco, medroso, intimidado. Ele sabe que, se um cavaleiro cai do cavalo e não torna a montar no minuto seguinte, jamais terá coragem de fazê-lo novamente.

Fonte: blog do Paulo Coelho, “Da queda do cavalo”, postado em 27/8/13.

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Diálogo ocasional

- E você acha que basta se arrepender?
-
 Não, mas eu não posso fazer o tempo voltar. A única coisa que me resta é reconhecer meus erros e pedir perdão.

PS: diálogo ouvido num programa de TV.

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"Eu tenho um sonho..."


Creio ser esta a única foto que eu repeti neste blog desde que ele foi criado. O motivo é justo: hoje faz 50 anos do famoso discurso que mudou a história dos Estados Unidos - e do mundo, por que não?

O discurso de Martin Luther King eternizou a frase mostrada na foto. Não só na história como também nas mentes e no chão de Washington D.C., a capital dos EUA, no exato lugar onde ela foi proferida.

Leia também:

- 50 anos após marcha de King, igualdade nos EUA continua distante

- Na terra de Luther King (acrescentado em 29/8)

Veja ainda reportagem do "Jornal da Globo" sobre o assunto.

* A foto é de Carlos Giannoni de Araujo

terça-feira, 27 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Audiência da prefeitura sobre orçamento acaba em críticas

A audiência pública realizada pela Prefeitura de Limeira na noite desta terça-feira (27/8) para apresentar os detalhes do PPA (Plano Plurianual) 2014-17 terminou em meio a críticas do público. Ocorrida no Palacete Levy, no Centro, a reunião contou com cerca de cem pessoas, incluindo sete secretários e servidores municipais.

Dois vereadores – Wilson Cerqueira e Aloízio de Andrade, ambos do PT e da base do governo Paulo Hadich (PSB) – estiveram presentes. O prefeito não foi – tinha outro compromisso, justificou o vice Antônio Carlos Lima (PT).

Ao abrir a audiência, o vice-prefeito enalteceu o fato do plano ter sido construído “com todas as mãos da sociedade limeirense”.

Foi justamente a participação popular que levou aos questionamentos. Conselheiros do projeto de Orçamento Participativo (OP) reclamaram da ausência das propostas discutidas por eles durante semanas a partir das demandas da comunidade nas várias regiões da cidade.

O PPA é o instrumento que formaliza o planejamento das ações da administração municipal para um período de quatro anos (portanto, todo o atual governo).

A explicação do secretário de Governo e Desenvolvimento, Mauro Zeuri, de que as propostas geradas a partir do OP seriam detalhadas numa reunião na próxima terça-feira acentuou a revolta dos conselheiros. Isto porque o projeto do PPA tem que ser enviado à Câmara Municipal até esta sexta-feira (30/8), por força de lei.

As manifestações foram duras. “A gente está fazendo papel de bobo”, disse um conselheiro. Um outro lembrou que a inclusão no PPA da construção de uma unidade básica de saúde na região do Jardim Brasil/Santo André tinha sido prometida pelo então secretário da área, Raul Nilsen Filho. “Foi acordado com ele e não está no PPA”, reclamou o conselheiro.

“Eu me sinto hoje desrespeitado. Se isto não for melhor discutido eu estou indo embora e não volto mais”, manifestou um homem. “Eu estou me sentindo abandonada. A quem vou recorrer?”, perguntou uma mulher. “Só falam que vai por no site (a lista das propostas do OP) e até agora nada”, reclamou uma conselheira.

Zeuri reconheceu que não houve tempo para finalizar a listagem das demandas surgidas via OP e a posição do governo a respeito delas (quais serão incluídas nos futuros orçamentos municipais e quais não foram acolhidas). Ele explicou que a ideia da audiência não era detalhar as ações e sim apresentar o plano geral da administração.

As explicações não acalmaram os ânimos. “Eu estou me sentindo uma verdadeira palhaça”, falou uma conselheira. “O que é que nós vamos ver dos nossos debates neste PPA?”, perguntou um conselheiro. O secretário explicou que o fato de uma proposta surgida nas reuniões do Orçamento Participativo não ter sido apresentada na audiência não significa necessariamente que esteja fora do PPA.

A situação só foi amenizada diante da antecipação para esta quarta-feira (28) – antes, portanto, do PPA ser enviado à Câmara – da reunião do conselho do OP que estava agendada para a próxima terça (3/9).

Em tempo: o vice-prefeito não ouviu as críticas do público pois se retirou logo após abrir a audiência.

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Proibido estacionar! (2)

Parou em lugar errado ou cometeu alguma outra irregularidade no trânsito? Dançou!


O flagrante foi feito em Nova Orleans (EUA).

Em tempo: a punição por estacionamento irregular foi rigorosa também na Filadélfia, conforme já mostrei neste blog.

* A foto é de Carlos Giannoni de Araujo

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"Os críticos, os criticados e a mesmice"

Limeira está prestes a entrar no mês de seu 187º aniversário de fundação e nunca viveu - pelo menos que se tenha conhecimento - um clima tão tenso em início de uma nova administração pública. Se é que se pode chamar todo esse período, de janeiro até aqui, de início. Enfim, não completou seu primeiro ano, porém, com agosto indo embora e setembro chegando, ninguém consegue vislumbrar um horizonte, que aponte na direção das mudanças político-administrativas tão amplamente alardeadas, como mote da campanha eleitoral da coligação PSB-PT, que hoje ocupa o principal gabinete no Edifício Prada.

E não é a imprensa - que de nefasta não tem nada - nem a oposição que conspiram contra a situação. Contra o establishment, como se costuma dizer em política. Mesmo porque essa oposição se resume hoje em votar "não" nas sessões da Câmara Municipal ou a se utilizar das redes sociais para demonstrar seu descontentamento, que traz embutido também o ressentimento dos derrotados, já que suas lideranças pouco se apresentam para tratar das questões que envolvem a política e a administração municipal. E os que se apresentam publicamente são algumas figurinhas carimbadas, que tiveram - e estiveram lá - a oportunidade de fazer e também nada fizeram, mas que agora criticam, ignorando a própria herança que deixaram.

O grande problema que se vê neste momento, é que os críticos de outrora, que agora estão no poder, fazem tudo aquilo que combateram e tanto criticaram, deixando a prática de lado. Esqueceram-se de que apresentaram uma proposta embasada em projetos de transformações sociais, políticas e econômicas, que neste momento deveriam livrar o Município do vício de velhas administrações e não os repetindo. Com todos seus pontos e vírgulas.

E muito menos é a imprensa quem trama contra o progresso do Município e os políticos que o administram, porque em si e pela sua função, ela se transformou no reflexo das inquietações da sociedade. E a lógica desse raciocínio está justamente nas páginas do jornais, nos telejornais ou nos microfones das emissoras de rádio, quando a população reclama dos serviços públicos prestados, com baixa ou sem qualidade nenhuma; da falta de medicamentos básicos na rede municipal de saúde ou na descontinuidade de obras importantes e mesmo no trato com a aparência da cidade, quando se noticia falta de sinalização nas ruas, semáforos que não funcionam como deveriam, praças malcuidadas, além de verdadeiros elefantes brancos, que ninguém sabe qual será o destino que lhes será dado, mesmo tendo contribuído com a sangria dos cofres públicos, que pagaram e continuam pagando essa conta.

Nesse sentido, o compromisso do analista, do jornalista que diariamente corre atrás da notícia, é mostrar que a realidade é muito diferente das teorias dos gabinetes, que se não se transformarem em práticas eficazes, leva ao perigo de fazer com que comece a brotar um sentimento de saudade de uma época recente, que está registrada na história, mas precisa ser apagada da memória de todos nós.

Fonte: Antonio Claudio Bontorim, “Gazeta de Limeira”, 27/8/13, p. 2.

Em tempo: os textos de terceiros que posto neste blog não representam necessariamente a minha opinião. Ao contrário, posso até discordar deles. Posto-os no sentido de provocar o debate (o mesmo debate que às vezes o texto me inspira).

Leia também:

- Limeira: uma cidade, dois governos

segunda-feira, 26 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Amém!

Dias atrás entrei na catedral de Santiago do Chile. (...)

A catedral silenciosa, discreta e com pouca luz, com sua altura gigantesca, nos ajudava a lembrar nosso lugar no mundo - que não me venham os inteligentinhos fazer o blá-blá-blá da crítica à religião, porque a conheço desde o jardim da infância.

Sentir-se "em seu justo lugar no mundo" é parte clássica de toda boa espiritualidade, contra esse narcisismo dos "direitos do Eu total" de hoje, essa coisa "ninja brega".

Este "justo lugar no mundo" é parte daquilo que o historiador das religiões Mircea Eliade chama de perceber que não somos o "axis mundi" (o eixo do mundo). Toda verdadeira espiritualidade deve nos ajudar a vivenciar este "descentramento" de nosso próprio valor.

O mistério me encanta e me faz sentir menos banal. A sensação da banalidade de tudo me esmaga continuamente. Sou um peregrino da falta de sentido. Uma testemunha da noite escura da alma de San Juan de la Cruz e Terrence Malick. Não levo a sério ateus militantes que ainda acham que ateísmo é "evolução espiritual". Para mim, ateísmo é, apenas, o modo mais óbvio de ser e um estágio elementar em filosofia.

(...) A vida é precária. A pobreza (material, espiritual, psicológica) é como a gravidade, na hora em que relaxamos, ela nos consome. É uma questão de tempo. Nosso caminho é "para baixo". Não é à toa que tomamos antidepressivos o tempo todo, cada um se vira como pode. A solidariedade na melancolia devia nos unir a todos. O que não perdoo na autoajuda é que ela mente para nosso justo desespero dizendo que ele é mera questão de incompetência.

É aqui que começa a consistência da teologia da alegria a qual se refere o papa Francisco: temos todas as razões "materiais" do mundo para sermos tristes, o milagre é não sermos tristes todo o tempo.

Confiar na vida é quase impossível. A fé na vida é um mistério e um dom. (...)

Ter esperança, crer na vida e amar são experiências que separam a infância espiritual da maturidade d'alma. O desespero é o caminho mais curto entre dois momentos na vida. A esperança é que é o milagre para quem enxerga o mundo como ele é. (...)

Fonte: Luiz Felipe Pondé, “Salmos chilenos”, Folha de S. Paulo, Ilustrada, 26/8/13.

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Disputa de espaço

Para combinar com a postagem anterior, nada melhor do que apresentar um ícone de São Paulo, um lugar que mistura o verde e o concreto para formar sua paisagem - tal como na cidade, natureza (a mão divina) e arquitetura (a mão do homem) ora se confrontando, ora convivendo em harmonia:





 






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São Paulo, sempre ela, dando exemplo

“A São Paulo das torres residenciais de costas para as ruas, cercadas de muros e andares e mais andares de garagem não irá mais existir - ao menos não no entorno de corredores de ônibus, trem e metrô, prevê o novo Plano Diretor proposto pela gestão Fernando Haddad (PT).

A prefeitura quer exigir que os prédios residenciais próximos de polos de transporte abram espaço para comércio no térreo e não sejam tão generosos na abertura de vagas para carros em garagens.”

A informação foi divulgada nesta segunda-feira pela “Folha de S. Paulo”, de onde extraí os dois primeiros parágrafos desta postagem (a reportagem completa pode ser lida aqui).

De acordo com o jornal, o projeto que altera o Plano Diretor será enviado à Câmara Municipal em setembro.

Empreendedores, claro, já estão reclamando, como a própria “Folha” registrou. Falam em aumento de custos e, consequentemente, de preços de imóveis.

Que assim seja. O mercado – a velha e batida regra da oferta e demanda – vai se encarregar, a médio prazo, de trazer os preços de volta à realidade.

O “enfrentamento” posto é claro: o interesse particular (do empreendedor e do cliente) ante o interesse coletivo (a cidade como espaço de vida social e urbana).

“A minuta do Plano Diretor Estratégico traz pontos alinhados com o que urbanistas defendem. O texto visa concentrar o adensamento habitacional em torno do transporte público para otimizar investimentos municipais.

Será incentivada também, com outras leis, a criação de empregos em áreas periféricas da cidade a fim de reduzir os deslocamentos”, comentou Rafael Rossi para a “Folha”. Ele é sócio-diretor de uma empresa de desenvolvimento imobiliário.

Em suma, diz ele, o plano pode deixar São Paulo mais “viável”.

A proposta incorpora alguns pontos citados recentemente neste blog, incluindo um concurso de arquitetura para estimular ideias.

É auspicioso constatar que a maior cidade do país, epicentro de novidades, com sua capacidade de catalisar e estimular tendências, está se repensando. E por iniciativa do Poder Público, com meros oito meses de gestão.

O governo Haddad pretende mudar paradigmas (mudanças drásticas já estão sendo feitas no transporte, como este blog comentou).

Em Limeira, em que pese o novo governo estar apenas no início (como o de Haddad), ainda não se tem notícia de que alguém esteja pensando (o que não significa que não estejam) projetos amplos que visam estabelecer um novo modelo para a cidade, tal como está sendo feito em São Paulo.

Note que na capital o projeto está indo para o Legislativo. Em Limeira, sequer uma discussão pública foi colocada.

Quem conversa com o prefeito Paulo Hadich (PSB) e alguns outros membros do alto escalão até consegue notar uma tentativa de mudar a direção dos ventos, mas tudo ainda está muito tímido e apenas como uma manifestação de desejo.

E que não venha ninguém dizer que a cidade tem muitos problemas, muitos mais do que se imaginou em 2012, na época da campanha eleitoral, porque não serão maiores os desafios em Limeira do que os que Haddad enfrenta em São Paulo. E as mudanças que visam redesenhar a paisagem e o jeito de viver na capital estão já saindo do forno.

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"Ready to play?"

Ready to Play from Turner Brasil on Vimeo.

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Os jornais e a Internet como negócio

O indiano Avinash Kaushik tem um cargo peculiar: ele é evangelista de marketing digital do Google. Entre as suas atribuições, estudar e palpitar sobre o comportamento das pessoas na rede.

Para ele, medir o sucesso de um site pelo número de acessos é "estupidez". Muito mais importante, afirma, é ter leitores ou clientes fiéis. (...)

Folha - Page-views (...) ainda são um sinônimo de sucesso digital...
Avinash Kaushik - É uma estupidez!

Por quê? E o senhor acha que isso está mudando?
Se você tem um site, o seu retorno publicitário está relacionado com page-views. O problema, eu acho, é o que o page-view incentiva o modelo mental que ele cria. Você pode criar o site mais estúpido. As pessoas vão acessar, mas o que você, como negócio, ganha? Quer dizer, como você faz dinheiro? Por exemplo, eu amo o "New York Times"...

Essa era a próxima pergunta...
[Risos.] Eu pago para acessar o "New York Times" na internet. Onde eu vou no mundo, o consumo de notícias está aumentando, mesmo que o papel vá embora. Assim, o "Times" pode oferecer reportagens sobre o novo cachorro do Obama pela audiência. Mas eu não pago pelo cachorro, pago pelo conteúdo de alta qualidade. Jornais na internet não lucrarão com quem aparece uma vez, mas com quem vai ao site sempre, que vai pagar. Fidelidade é o que importa.

Mas, como o senhor mesmo aponta, o faturamento publicitário está ligado aos acessos.
Sim, infelizmente. Me parte o coração que a indústria da propaganda ainda trabalhe do mesmo modo antigo: uma revista tem tal circulação, então sua propaganda custa tanto e atinge tantos - mesmo que o sujeito nem olhe para o anúncio. Fomos para a internet e a mentalidade continuou a mesma. Meu conselho para os veículos: OK, jogue o jogo deles por enquanto, porque, se você parar de jogar, você quebra. Mas trabalhe forte para conseguir se rentabilizar de outras maneiras. É difícil dizer se o "paywall" [sistema de cobrança por conteúdo] é o futuro. Está funcionando no "New York Times", no "Financial Times". Com o tempo, anunciantes mudarão também. Verão que visitantes fiéis são um ativo dos sites - porque são "premium", porque não há como encontrá-los em outro lugar.

Como o senhor tem certeza dessa mudança futura?
Tenho filhos de 11 e 9 anos. Quando digo que íamos a lojas de discos, eles simplesmente não entendem. Eu digo "mas era gigantesco, tinha muitos andares", eles acham que estou mentido. (...)

Fonte: Ricardo Mioto, “Preocupar-se com número de acessos éuma estupidez”, Folha de S. Paulo, Mercado, 25/8/13.

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Frase

"Tente você contratar alguém em troca de moradia, alimentação e, em alguns casos, transporte, mas sem pagar salário direto e nem ao menos saber quanto a pessoa vai receber no fim do mês. No mínimo, desabaria uma denúncia de trabalho escravo nas suas costas."
Eliane Cantanhêde, jornalista, em coluna na “Folha de S. Paulo” a respeito da importação de médicos cubanos pelo governo brasileiro

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sábado, 24 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Cidades no espelho

Já postei neste blog um trabalho especial de fotos com prédios de Nova York refletidos nos gigantescos "espelhos" que são as fachadas de vidro de vários prédios.

Naturalmente, não é só lá que isto ocorre - embora na "Big Apple" a quantidade seja enorme, na proporção do tamanho da cidade. Em Nova Orleans (EUA), por exemplo, também fiz flagrantes:



Também em Toronto, no Canadá:



E em Santiago, no Chile:


Quer ler mais sobre estas cidades? Acesse o blog Piscitas - travel & fun.

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Apenasmente fantástica

Elogiar as produções globais feitas em formato de mini e microssérie ou no horário alternativo de novelas, às 23h, é "chover no molhado". É nestas horas, ou nestas produções, que o propalado "padrão Globo de qualidade" se evidencia.

Contudo, "Saramandaia" merece um registro. Do texto aos cenários, das temáticas ao elenco, passando pela abertura e o acabamento geral, a novela - um "remake" inspirado no original do genial Dias Gomes, exibido em 1976 - é um primor.

Eu me divirto com os diálogos e as "invencionices" linguísticas dos personagens, o "bolibolismo" (ou "saramandismo", se preferir), algo presente no original e perfeitamente mantido na adaptação atual. De um dos capítulos, retirei as seguintes frases e palavras:

- exagerância, previsões meteorologísticas, deverasmente periclitante, acautelatório, "falassice" (nem sei como se escreveria isto), de repentemente;

- O senhor me deu seu palavrismo...
- Mas vou lhe confessar que o meu curiosismo me mata.

- Chega de conversionismo.

- Não aceito o derrotismo!

- Quanto gentilismo das pessoas, mas eu já estou bastantemente melhor.

- Era apenasmente um sonho.

As atuações todas são primorosas, mas merecem destaque as participações de Vera Holtz na pele da engraçadíssima Dona Redonda (e ela vai explodir na clássica cena, já gravada); Matheus Nachtergaele como Seu Encolheu, o marido da Redonda; e Aracy Balabanian como Dona Pupu - os três impagáveis em seus papéis.

A abertura merece um elogio especial ao recorrer ao desenho e insinuar o realismo-fantástico que marca o enredo. Este, aliás, repleto de menções metafóricas e alegóricas a temas da realidade brasileira, mantém-se vivo, mesmo após mais de 30 anos da exibição do original. 

É relevante também o fato da novela recorrer a metáforas e alegorias para tratar de questões já presentes na década de 1970 e ainda mais importantes no século 21, como a dificuldade da sociedade em lidar com o diferente - algo exemplarmente tratado por meio do personagem João Gibão, vivido pelo ator Sérgio Guizé.

Tudo isso somado à trilha sonora fantástica, que tem como ápice (embora ausente da abertura) o clássico de Ednardo, "Pavão Mysteriozo", faz de "Saramandaia" um deleite para os fins de noite.

É divertismo puro!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013 | | 0 comentários

Coisas de Nova Orleans...

A placa abaixo era de um patrocinador e estava na fachada do Mercedes-Benz Superdome, em Nova Orleans (EUA):


Aliás, por falar nessa cidade, que tal experimentar um tradicional cachorro-quente da sorte? O carrinho estava lá na esquina da famosa Bourbon Street com a St. Peter:



E para acompanhar o cachorro-quente, que tal uma "big ass"?



De sobremesa, maçã do amor da loja exclusiva em maçãs na N. Peters Street, a um quarteirão da Canal Street:




E aí, ficou com vontade?

Em tempo: para ler mais sobre Nova Orleans, esta cidade única, basta ir ao blog Piscitas - travel & fun.

* As fotos são minhas e de Carlos Giannoni de Araujo

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Você topa financiar a ditadura cubana?

A proposta da importação de médicos cubanos parece não ser de contratos individuais com eles e sim um “pacote” em que um dos contratantes seria o governo cubano. Isso significa, na prática, que mais de 50% do salário pago pelas autoridades brasileiras aos galenos iria não para o bolso deles, e sim para alimentar a ditadura cubana.

(...) Nesse tipo de contrato do governo cubano, os médicos não têm as liberdades usuais dos profissionais do Brasil. Eles não são autorizados a viajar, participar de congressos ou fazer manifestações políticas contra o sistema de saúde do Brasil e muito menos de Cuba. Qualquer desvio no cumprimento desse “pacto de bom comportamento” implica o retorno imediato do médico a Cuba e outras represálias posteriores.

(...) Para a grande maioria dos médicos cubanos, viajar para trabalhar em outro país (mesmo nos países mais pobres da África) é um sacrifício desejável. O salário mensal de um profissional da saúde em Cuba não supera os R$ 100,00. Mais de seis vezes abaixo do salário-mínimo brasileiro. Mesmo no caso em que o governo brasileiro pagasse um décimo do que paga a um análogo local, ainda assim haveria uma infinidade de galenos cubanos interessados.

Quanto à qualidade, existem em Cuba, como em quase todos os países, médicos excelentes e médicos ruins. Talvez o diferencial seja quanto ao número. Quando eu fiz as provas do vestibular para entrar na universidade em Havana, a carreira menos concorrida era a de medicina. Os candidatos que queriam garantir não ficar fora da universidade colocavam medicina como última opção (ao contrário do que acontece no Brasil e em boa parte do mundo). Isso foi resultado de uma política populista da ditadura, a formação de médicos em grandes quantidades.

Todo professor sabe que não é a mesma coisa ministrar uma aula para 20 estudantes e para 50. Considerando os custos da educação médica e o nível de vida paupérrimo em Cuba, não é de estranhar que a qualidade, em média, tenha sido comprometida pela quantidade dos mesmos.

Entendo que os Conselhos de Medicina brasileiros possam se sentir ameaçados diante do possível aumento da concorrência. Dou razão a eles quando exigem que os médicos cubanos não sejam tratados como exceção e passem pelas mesmas provas por que passa todo profissional formado no estrangeiro. Segundo as estatísticas do Revalida, exame atual, somente 20% dos médicos formados em Cuba (incluídos os brasileiros) passam nas provas.

Devo dizer também que a “escola latino-americana” de medicina em Cuba somente aceita, sem pagar os custos do curso, candidatos indicados pelos partidos políticos favoráveis ao regime dos Castros.

Sou a favor, sim, da vinda de médicos cubanos ou de qualquer outra parte do mundo para cuidar da saúde dos brasileiros, mas não na forma de “pacote” firmado entre governos com interesses espúrios e que restringem explícita ou implicitamente as liberdades individuais.

Fonte: Juan López Linares"Sobre a importação de médicos cubanos"Jornal da USP Online, ano 18, número 1.008, postado em 4/7/13.

Em tempo: Linares é cubano naturalizado brasileiro, professor da faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP (Universidade de São Paulo).

Só para registrar: não tenho objeção alguma à contratação de médicos estrangeiros pelo governo brasileiro, desde que: 

1) TODOS os profissionais passem pelo Revalida, prova que serve para convalidação dos diplomas de outros países e aferição da capacidade técnica do profissional;

2) seja comprovada a capacidade de comunicação em português, tal como os exames TOEFL para o inglês;

3) os salários sejam recebidos DIRETA e INTEGRALMENTE pelo profissional que presta o serviço e não por governo algum.

No caso da importação de médicos de Cuba, a parceria firmada pelo governo brasileiro via OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) prevê o pagamento ao governo cubano. Isto significa que o meu, o seu, o nosso dinheiro (pago via impostos) servirá, em última análise, para financiar uma DITADURA!

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