quinta-feira, 11 de abril de 2013 | |

Ainda sobre Feliciano

A coluna da ombudsman da “Folha de S. Paulo”, Suzana Singer, do último domingo (7/4) discutiu o modo como o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) é tratado pela mídia em geral. Algumas críticas chamaram minha atenção e as reproduzo a seguir para depois comentar.

A advogada Patrícia Marinelli, de São Paulo, escreveu: “Estou me lixando para ele, mas não concordo com a forma como é tratado. O jornal não cita a profissão de nenhum parlamentar, mas Feliciano é sempre 'pastor', o que impõe uma carga pejorativa à palavra. Há um estereótipo do evangélico repetido à exaustão na mídia".

O servidor público Cristian Mesquita, do Rio de Janeiro, escreveu: “Por mais que eu discorde da postura teológica de Feliciano, acho que sua permanência na Comissão é tão legítima quanto a de Renan Calheiros na presidência do Senado, a de Henrique Alves na Câmara e a de José Genoino e João Paulo Cunha na Comissão de Constituição e Justiça. Todos foram eleitos".

Pois bem: não pretendo defender a forma como a mídia em geral trata o deputado, mas não posso deixar de observar a citação ao uso da palavra “pastor” para identificá-lo. Ora, Feliciano não faz uso da atividade que exerce para angariar votos? Por acaso ele mesmo não se apresenta como representante de um segmento, o dos evangélicos (ou católicos, que fossem)?

Se na hora do bônus (ou seja, conquistar votos) vale ser identificado como pastor, que assim o seja também na hora das polêmicas. Não simplesmente por “vingança”, mas unicamente porque é a forma como o próprio parlamentar se apresenta desde que assumiu a função pública.

Quanto à manifestação do servidor, embora seja fato que Feliciano e os “mensaleiros” tenham sido eleitos pelo povo para o Congresso e por seus pares para as comissões das quais fazem parte (como eu mesmo já destaquei neste blog), de nenhum modo isto tira a legitimidade dos protestos ou a validade dos questionamentos morais e éticos.

Uma coisa é a legalidade da situação (que ninguém discute), outra é a moralidade. E, do ponto de vista moral, parece-me que o debate em questão – tanto sobre Feliciano como os “mensaleiros” - é mais do que pertinente. É justo e necessário!

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