quarta-feira, 12 de setembro de 2012 | |

Surge uma luz para o meio jornal

Há uma esperança no mercado de jornais e ela diz respeito ao leitor.

Nos Estados Unidos, onde a crise no meio impresso é mais acentuada na medida em que crescem os meios digitais e portáteis de acesso à informação, alguns especialistas sugerem aumentar o preço dos jornais como alternativa à recorrente queda na receita com publicidade.

Se a curto prazo isto pode representar um “golpe” contra o leitor, a médio prazo a tendência é que o público saia ganhando. Como? Simples: tendo às mãos produtos de maior qualidade.

A matemática não é difícil: na medida em que cai a dependência financeira da publicidade e cresce a dependência do dinheiro direto do leitor, os jornais se verão obrigados a elevar a qualidade dos seus produtos.

Algumas iniciativas – como a do “paywall” adotada pelo “The New York Times” e pelo “Dallas Morning News” – já indicam que o leitor está disposto a pagar por um conteúdo de qualidade.

Nos últimos anos, com a crescente influência da publicidade na mídia, muitos veículos relegaram a segundo plano o “coração” de qualquer jornal – a Redação – para focar investimentos no setor comercial.

É uma visão míope, já que há uma ligação direta entre anunciante e audiência (o primeiro é atraído em razão da segunda). E audiência se conquista com qualidade editorial (entre outros pilares, como credibilidade, entrega e atendimento eficientes).

Ainda assim, como prevalece em muitos veículos de mídia essa tal visão míope, as Redações foram sendo “sucateadas” em detrimento de outros setores.

Agora, com a migração da publicidade para outros meios, os jornais estão sendo forçados a discutir alternativas. E uma delas é justamente voltar os olhos para seu MAIOR patrimônio, o leitor.

Aquele cidadão que, nos últimos anos, ficou em segundo plano, perdendo espaço para o anunciante.

Em tempo: a publicidade e os anunciantes são essenciais para qualquer empresa de mídia, mas eles devem ser a consequência do trabalho e não a causa em si, como vem ocorrendo nos últimos anos.

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