terça-feira, 17 de julho de 2012 | |

Um grito de liberdade

Causou polêmica recente declaração dos dirigentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), a principal entidade sindical trabalhista do país, em defesa dos réus do chamado “mensalão”. Os dirigentes ameaçaram ir às ruas caso considerem que o julgamento – prestes a começar no STF (Supremo Tribunal Federal) – assuma ares políticos.

Mais: um deles chegou a bradar que os trabalhadores não podiam permitir a “volta do PSDB” ao poder.

Ou seja: para evitar a política, a política!

Não é disso, porém, que quero tratar.

Afora o fato da principal central sindical do país dispor-se a defender uma “quadrilha” que tomou conta do poder público federal em prol de um partido, nas palavras do procurador-geral da República (a CUT já foi às ruas por motivos mais nobres...), o que chama a atenção é a disputa PT x PSDB em qualquer segmento da vida nacional.

A briga entre as duas siglas que dominam o Executivo federal há 17 anos já ficou chata. Até porque, como já registrei neste blog em várias oportunidades, desde que os petistas chegaram ao poder, não há mais diferenças de práticas entre estes e os tucanos. Os partidos são iguais no “modus operandi”, para usar linguajar jurídico-policial (e não ao acaso).

O Brasil é maior que o PT e maior que o PSDB!

Até porque, tivesse realmente o PSDB o interesse
em derrubar Lula, como a CUT prega, por que não o fez justamente num momento em que o então presidente estava na berlinda, desgastado diante das acusações do “mensalão”? Por que a oposição não foi adiante junto com a “mídia tucana”?

Os sindicalistas parecem ignorar que as denúncias partiram de um aliado do PT no plano federal (o então deputado Roberto Jefferson e seu PTB). Parecem ignorar que as ações partiram de um “bando de aloprados” petistas, nas palavras do próprio presidente da República (usadas num outro escândalo, o do dossiê, é verdade, mas cabível também no caso do “mensalão”).

Portanto: mais racionalidade e menos emoção neste debate. Mais racionalidade e menos política.

O Brasil merece um debate mais maduro e profundo.

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