terça-feira, 22 de maio de 2012 | |

Será o apocalipse?

Em praticamente dois meses, o dólar passou de R$ 1,72 a R$ 2,08 no Brasil. Reflexo da crise europeia que se acentua a cada dia.

Não sei onde o mundo vai parar – ou melhor, a economia (e ela é determinando para o resto). Paul Krugman previu em seu blog no site do “The New York Times” o colapso do euro. Para breve, questão de meses. O roteiro: a Grécia abandona o euro; Espanha, Itália, Portugal e Irlanda quebram; a Alemanha se vê num impasse. A União Europeia corre riscos.

Nos EUA, a situação também não é cômoda. Segundo Krugman, mais da metade da população norte-americana vive em estados com um nível de desemprego de pelo menos 8%. Só 8% dos norte-americanos moram em estados com desemprego inferior a 6%.

A questão que se coloca na Europa é, de acordo com o “El País” desta terça-feira: como resolver o impasse entre corte de gastos e crescimento econômico. Aparentemente, fazer as duas coisas parece impossível. Este será o tema principal de um encontro informal do Grupo dos 27, no final de junho.

O impasse ganhou um novo – e poderoso – ingrediente com a eleição do esquerdista François Hollande na França. Ele quer uma alternativa ao arrocho proposto (e acordado meses antes pelos líderes dos países da zona do euro, França incluída) em detrimento do crescimento econômico e da geração de empregos.

Na Espanha, um dos países que mais sentem a crise, a saída encontrada pelo governo de Mariano Raroy é conhecida: elevar impostos e reduzir gastos na primeira metade do mandato. As metas propostas por ele levariam a economia da Espanha ao mesmo nível da dos países do leste europeu. Em quatro anos, o nível de investimentos/gastos públicos cairia dos atuais 43,6% do PIB (Produto Interno Bruto) para 37,7%, informa “El País”.

A política de austeridade fiscal está sendo questionada por um motivo básico: seus resultados “escassos”, nas palavras do principal diário espanhol. Como contraponto, porém, apresenta-se a Alemanha: exemplo máximo da tal política, o país exibe os melhores números da economia em toda a União Europeia.

Li hoje que muito em breve, questão de anos, o PIB mundial será comandado pelos ditos emergentes (notadamente os Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Ontem, a presidente Dilma Rousseff manifestou num evento que o Brasil está “300% preparado” para enfrentar a crise. O governo brasileiro, ao contrário da austeridade pregada pela Europa, tem optado desde 2008 por elevar os gastos públicos como forma de impulsionar o consumo. Dilma acaba de reduzir a zero as alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros populares. A medida faz parte de um pacote que totaliza R$ 2,7 bilhões entre isenções e oferta de crédito.

Como disse, não sei para onde o mundo caminha, não sou especialista no assunto, pouco entendo de economia. Leio e tento compreender o contexto atual. Só sei que a situação da Europa me parece sombria. O futuro é incerto. Teme-se um quadro de convulsão social – por lá, os protestos são comuns.

Será o apocalipse neste sombrio 2012?

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