quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012 | |

O enterro da CP em 5 atos

A decisão dos vereadores Almir Pedro dos Santos (PSDB), Antonio Brás do Nascimento “Piuí” (PDT) e Nilce Segalla (PTB) de enterrar as denúncias contra o prefeito afastado Silvio Félix (PDT), aprovando um relatório de absolvição na comissão processante da Câmara Municipal, exige reflexões e comentários:

1) fala-se, nos bastidores, que o PSDB estuda expulsar Almir após o voto dele em favor de Félix. Ora, demagogia e hipocrisia de um partido sem comando que, durante os últimos sete anos, não exerceu controle algum sobre seu único representante no Legislativo;

2) o mesmo vale para o PTB, cujo comando na cidade assinou um ato pró-cassação (ou pró-investigação) e viu sua representante na Câmara liderar a tratorada pró-Félix;

3) para uma delegada de polícia, de quem se espera o mínimo conhecimento de Direito, é lamentável assistir à leitura de um relatório que questiona o fato do Ministério Público “não ter conseguido provar nada” contra os familiares de Félix. Ora, as investigações do MP ainda não terminaram, de modo que nada há ainda de ser provado. Em tempo: uma ação judicial contra o clã Félix já está no forno do MP.

4) se Nilce citou em seu voto em separado não haver na denúncia original que resultou na abertura da CP nada de concreto e objetivo contra o prefeito afastado, pergunta-se: por que, então, ela votou a favor da investigação? Da mesma forma, por que votou a favor da juntada de documentos sigilosos se desde o princípio considerava a comissão ilegítima? Ou Nilce jogou para a plateia nas votações anteriores ou algo ocorreu que a fez mudar de opinião na reta final da comissão.

5) numa análise mais complexa, a “conta” do resultado da votação frustrante da CP deve ser creditada a grupos que, em pleno século 21, ainda se deixam levar pelo voto de cabresto, seguindo a ordem de pastores, padres e afins. Incluem-se nesta conta também os cidadãos que trocam seus votos por favores prestados por políticos. Afinal, quem colocou o trio Nilce, Almir e Piuí na Câmara foi a comunidade.

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