quarta-feira, 11 de janeiro de 2012 | |

"Quando a desobediência é virtude"

Perplexo e com indignação ética leio em nossos jornais a direção que a CP está tomando após ser ameaçada por meio de blog pelo alcaide em gestão. Não sou dos que fazem coro afirmando que também aqui tudo acabará em pizza. Ainda espero e acredito que há pessoas que sabem responder eticamente pela função ou cargo que ocupam.

Quero aqui lembrar que “O Direito de Resistência é reconhecido por todos, isto é o direito de negar lealdade e de oferecer resistência ao governo sempre que se tornem grandes e insuportáveis sua tirania e ineficiência” (Thoreau, H.D., "A desobediência civil e outros escritos", S.Paulo: Martin Claret, 2005). E aqui, em nosso caso, desobediência ao partido e ao governo que usam de todos os meios para manterem-se no poder, negando em teoria e prática seus compromissos com a justiça, o direito e o respeito à dignidade dos cidadãos, faz desta nossa ação uma grande virtude.

Sinto muito pela nossa cidade que tem que conviver com vereadores movidos mais por humores e temores do que pelo legítimo direito de resistir ao governo ou, até mesmo, de lutar para substituí-lo, demonstrando que cidadania é valor que se aprende para viver a vida toda. Em outra ocasião já escrevi que em política honestidade não é opção.

Por isso, senhores vereadores que se deixam intimidar, não desonrem a Casa que ocupam, e nem os compromissos com os cidadãos que os elegeram. Sejam dignos de vossos cargos e ensinem a nós, cidadãos, que vale a pena lutar pela moral, pela ética e pela justiça, para que o futuro de nossa cidade possa ser melhor.

Pe. Alquermes Valvasori
Professor doutor em Bioética

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