terça-feira, 20 de setembro de 2011 | |

Relatos de um sendetário

Há pouco mais de um mês, comecei a fazer atividade física. Caminho regularmente ao menos cinco voltas no Parque Cidade de Limeira e, quando meu organismo resiste, corro uma volta. Para quem sempre foi um sedentário de primeira, a experiência tem sido interessante.

Confesso que ainda tenho uma preguiça monstruosa. No dia anterior à atividade já fico lamentando. Torço para perder a hora e, consequentemente, o exercício – o que nunca aconteceu. Quando começo, demoro um pouco a engrenar. No meio da atividade, se a umidade do ar estiver razoável (ou seja, se meu sistema respiratório não manifestar uma ardência que me incomoda muito), começo a sentir algum prazer. No fim, nos exercícios de alongamento e relaxamento, estou já entusiasmado. E satisfeito.

Indubitavelmente, a disposição durante o dia aumenta.

Praticar uma atividade física melhorou também minha autoestima. Primeiro porque me impus um desafio e tenho cumprido-o. Segundo porque sinto-me realmente melhor após os exercícios.

O lado ruim é a dúvida: como sedentário, é comum ter dores e sensações nunca antes vistas (ou sentidas). Fico preocupado pensando se estou abusando da minha falta de condicionamento ou se as reações são absolutamente normais.

Procuro não abusar. Aliás, nunca abuso. Paro de correr tão logo percebo que a partir daquele ponto irei forçar demasiadamente o corpo.

A atividade física me fez também sentir com mais profundidade o ar que respiro. Consigo descobrir se o dia está mais seco que o normal. Para um alérgico como eu, com rinite, a baixa umidade do ar manifesta-se rapidamente, já na caminhada. Sinto uma ardência crescente conforme aumenta o ritmo da atividade. A ponto de tornar-se insuportável nos dias realmente secos. Quando a umidade está boa, faço minhas voltas andando e correndo com certa tranquilidade.

Não sei até quando vou seguir – confesso que fico enjoado de dar voltas seguidas num mesmo lugar. Ainda não comecei a medir a pressão pós-exercícios, como recomendou o médico.

Só sei que continuo não gostando de atividades físicas, mas aprendendo a conviver com elas e buscar nelas alguma satisfação. 

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