segunda-feira, 4 de julho de 2011 | |

A experiência

No último sábado, dia 2, passei por uma experiência estranha e diferente. Sofri um desmaio. Estava jantando numa pizzaria, tranquilamente, quando – por motivo ainda desconhecido (uma provável queda ou aumento de pressão) – comecei a passar mal. Suava frio, sentia moleza e falta de ar. Precisava respirar.

Miniflash-back: duas horas antes, comecei a sentir um peso estranho no braço direito. Não chegou a ser uma dor; era uma sensação parecida a uma pós-injeção.

Foi tudo muito rápido. Percebendo que não suportaria permanecer à mesa, levantei-me e pedi licença. Saí em busca de ar. Precisava sentar, mas tentei resistir em pé. Rapidamente, meu cunhado chegou. Lembro dele ter me perguntado se eu estava bem. Respondi que devia ser efeito do vinho. E só.

A partir daí, só ouvi ele dizer para que eu tivesse calma e levantasse devagar. Fiquei meio imóvel. Não estava entendendo. Por que levantar se, na minha memória, eu estava em pé? Demorou um pouco para perceber que eu estava no chão. Com a ajuda dele, fui até uma cadeira. Pedi água e me recuperei.

Escrevi tudo isto para chegar ao ponto de meu interesse. Tão logo me conscientizei de que havia sofrido um desmaio, minha primeira manifestação foi: “a morte deve ser tranquila”. Todos estranharam. Sei que pode soar ridículo, mas o desmaio passou-me uma sensação de paz (ouvi depois o mesmo relato de outra pessoa).

Um apagar repentino, que deleta os cinco segundos de consciência anteriores e os cinco segundos após reacordar. Ou seja, perde-se a referência do que ocorreu e volta-se como se nada tivesse ocorrido.

É como a edição de um vídeo: você corta o meio e emenda as duas extremidades.

Se eu não tivesse voltado, estaria tudo em ordem.

Por alguns segundos, eu morri. São alguns segundos da vida que simplesmente não existiram para mim.

PS: se ainda estou aqui, é porque algo devo mudar. Não se passa por uma experiência assim impunemente.

2 comentários:

Vinícius Paes disse...

Hahaha. Ótima descrição. Concordo contigo, a morte deve ser tranquila. Mudar? Troque a safra do vinho. hahaha.

abraços.

Érika de Moraes disse...

De qualquer forma, te cuida. Afinal, tem missão aqui :)
Beijos desta amiga.