domingo, 26 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Viagem virtual

Sempre cercado de polêmica, o Google Street View – um dos serviços mais interessantes que surgiram nos últimos tempos – vai chegar ao Brasil (leia mais aqui).

Confesso que não entendo bem a crítica da falta de privacidade envolvendo o serviço diante de uma sociedade cada vez mais exposta, exibida e voyerista.

Particularmente, aprecio navegar pelas ruas mundo afora, como se vê na reportagem a seguir:


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Frase

"Gosto do meu canto, desde que possa viajar e estar próximo de pessoas que amo e do que acontece no mundo. Quero estar longe e perto de tudo."
Tostão, em coluna no caderno de Esportes do jornal "Folha de S. Paulo" neste domingo (26/9)

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A volta de Geraldo Vandré

“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.”
(Trecho inicial do poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves dias. Para ler a íntegra, clique aqui)

O jornalista Geneton Moraes Neto faz um trabalho excepcional no programa “Dossiê GloboNews”. São entrevistas em que ele consegue tirar do entrevistado revelações e o âmago do seu pensamento. Geneton faz parte do time dos melhores entrevistadores brasileiros, alguém em quem se espelhar.

O último “Dossiê GloboNews” foi especial. “Depois de quatro décadas de isolamento, o cantor e compositor Geraldo Vandré, que se transformou em um dos maiores enigmas da MPB, resolve finalmente quebrar o silêncio. Autor de clássicos como ‘Disparada’ e ‘Pra Não Dizer que Falei das Flores’ – esta, transformada em hino de manifestações contra a ditadura militar - Vandré deu uma entrevista ao repórter Geneton Moraes Neto no dia em que completava 75 anos de idade. Desde que voltou do exílio, no segundo semestre de 1973, ele não falava para a televisão”, resume o link disponível no site da GloboNews.

Para quem não viu, recomendo. É revelador e emocionante, como de praxe nas entrevistas de Geneton. São 50 minutos de música, história e vida.



“Já sabia que arte é cultura inútil. Mas hoje eu consegui ser mais inútil do que qualquer artista. Eu sou advogado num tempo sem lei. Quer coisa mais inútil que isso?”

“As razões pelas quais eu me afastei continuam sendo preponderantes no que se apresenta como realidade brasileira.”

Geraldo Vandré, no "Dossiê GloboNews"

sexta-feira, 24 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Por que a Prefeitura de Limeira escondeu a verdade?

Ao se ver envolvida, ainda que indiretamente, no escândalo que resultou no mandado de prisão preventiva contra o vereador Antônio César Cortez (leia aqui ), do PV, acusado de corrupção passiva, a Prefeitura de Limeira pretendeu, não se sabe a razão, ludibriar a opinião pública.

Em nota à imprensa, a administração Silvio Félix (PDT) manifestou que “a concorrência pública realizada na contratação de empresa para o fornecimento de merenda escolar seguiu a Lei de Licitações. O Tribunal de Contas verificou o edital da concorrência várias vezes e o aprovou.
Agora continuamos seguindo a lei, sendo que o próprio Superior Tribunal de Justiça determinou que a Prefeitura seguisse com o fornecimento da merenda escolar dessa forma”.

Pelo menos em um aspecto, a prefeitura mentiu. O TCE julgou irregulares a licitação e o contrato firmado entre o município e a empresa SP Alimentação (cujo dono foi preso anteontem acusado de corrupção ativa – leia mais
aqui). O julgamento foi realizado em 30 de outubro de 2007 pela a 2ª Câmara do TCE, conforme consta a seguir:

“ACORDA A SEGUNDA CAMARA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, EM SESSÃO DE 30 DE OUTUBRO DE 2007, PELO VOTO DOS CONSELHEIROS RENATO MARTINS COSTA, RELATOR, FULVIO JULIÃO BIAZZI, PRESIDENTE E ROBSON MARINHO, NA CONFORMIDADE DAS CORRESPONDENTES NOTAS TAQUIGRÁFICAS, JULGAR IRREGULARES A LICITAÇÃO E O CONTRATO (...)”

“Num relatório de sete páginas, o conselheiro Renato Martins Costa cita uma série de problemas envolvendo a contratação da empresa. O primeiro deles é que o edital da concorrência foi feito mediante ‘cláusulas viciadas que afetaram a competitividade da disputa’. (...)

Outro item previsto no contrato questionado pelo TCE é o que autoriza a utilização de servidores municipais na execução dos serviços terceirizados - as responsáveis por fazer a comida especificada no cardápio diário determinado pela SP Alimentação são as merendeiras da prefeitura que trabalham nas escolas e nas creches. O conselheiro escreveu no relatório que esse fato ‘é repudiado por jurisprudência’.


O tribunal também julgou irregular a inabilitação - pela prefeitura - da empresa Geral J. Coan & Cia Ltda., que retirou o edital para participar da concorrência. De acordo com o órgão, a empresa apresentou a documentação descrita. A sua saída do processo ‘violou a isonomia das participantes e implicou julgamento subjetivo dessa fase do certame’.

Outro apontamento feito pelo TCE é que a concorrência impôs às empresas interessadas nos serviços de merenda o ônus de relacionar e complementar os equipamentos e utensílios disponíveis nas unidades educacionais. O TCE cita que esta providência deveria ter sido ‘atribuída à Administração’.

É no final do relatório que o conselheiro aponta o que ele classificou como ‘mais grave dos autos’. Trata-se do orçamento estimativo que orientou a concorrência, ‘cuja idoneidade não ficou comprovada’, escreveu Martins Costa. A estimativa de custo prevista no edital pela prefeitura foi de R$ 9.465.708,00.


No entanto, o contrato celebrado com a SP Alimentação foi de R$ 15.405.108,00 (aditamento feito em março último prorrogou o contrato por mais um ano ao valor de R$ 16,2 milhões). O conselheiro aponta como ‘injustificada a contratação de proposta significativamente superior’ sob dois aspectos: 1) em relação ao limite estabelecido no edital (os R$ 9,4 milhões) e 2) em comparação ao valor do contrato de fornecimento de merenda anteriormente vigente no município.” (Jornal de Limeira, 31/10/2007 – leia aqui)

Obviamente, o governo Félix e a SP recorreram da decisão. O recurso foi acatado parcialmente, tão parcialmente que significou uma derrota para o município. O TCE retirou de sua decisão original apenas os itens que tratavam da exigência no edital da licitação de demonstração de capital social integralizado e de prestação de garantia de participação. Nas demais questões, mais relevantes, o TCE manteve sua decisão. O julgamento do recurso deu-se em 23 de setembro de 2009 (leia mais
aqui).

Atendo-se às questões mais relevantes da licitação, que são os apontamentos de preço acima do mercado (superfaturamento) e restrição à competição (direcionamento), o substituto de conselheiro Marcos Renato Böttcher, em relatório de 13 páginas referente ao recurso, cita que:

“Quanto à errônea inabilitação da empresa Geraldo J. Coan & Cia Ltda., as explicações, assim como o próprio reconhecimento da falha, não descaracterizam a grave irregularidade cometida, pois o fato de a empresa não ter recorrido daquela decisão não é garantia de ausência de prejuízo. Assim, por resultar comprometida a legalidade e competitividade do certame, não há como acolher a argumentação intentada.

Com relação ao valor do ajuste, as razões ofertadas em nada alteram o panorama processual, pois, ainda que o contrato anterior, realmente, não possa servir de parâmetro comparativo, não restou demonstrada a efetiva compatibilidade do preço avençado com aqueles praticados no mercado. Nos esclarecimentos ofertados não restou dirimida a grande discrepância existente entre o orçamento estimativo e o valor contratado, o que não afasta a ofensa ao artigo 48, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93.”
(grifos meus - leia a íntegra
aqui, com todos os argumentos apresentados pela prefeitura e SP Alimentação e as razões do TCE)

Em tempo: auditoria preliminar, feita pela unidade regional do TCE em Araras, apontou irregularidades também em todos os termos de prorrogação (1º ao 6º) do contrato da prefeitura com a SP e no Termo Aditivo (1º) – que fizeram o contrato somar no total R$ 56 milhões. (veja detalhes
aqui)

Diante deste material, resta-me a pergunta: qual o interesse da prefeitura em tentar ludibriar a opinião pública, em deliberadamente mentir sobre o caso da merenda?

PS: ouvi hoje de um vereador governista que analisou os papéis da licitação em questão e que nada havia de irregular (como se casos escusos envolvessem apenas fraude em papéis licitatórios). Só posso concluir que o vereador nunca leu as decisões do TCE...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Novas formas de amar NY

O “The New York Times” teve uma ideia bem legal e divertida. Aproveitando o fato da companhia aérea JetBlue (a mesma do dono da Azul) estar usando o famoso logo “I (love) NY”, criado por Milton Glaser, numa nova campanha publicitária, o jornal pediu aos leitores para que imaginem o logo com outras marcas típicas da cidade ou slogans.

Mais de 100 novos modelos já foram enviados (alguns deles estão nesta postagem). Clicando aqui, é possível acessar a página na Internet que traz as novas criações. Em cada uma delas, há o nome do autor e uma breve descrição. Dá para se divertir um bocado!

Além de ser uma ideia criativa, o NYT se aproxima da comunidade com iniciativas como essa - algo de que os jornais necessitam.

terça-feira, 21 de setembro de 2010 | | 0 comentários

"Neymar e o escafandro"

ERREI.

Tinha achado que Neymar agira bem ao ficar no Santos em vez de ir para o Chelsea. Pensei nos fatos imediatos. Neymar fatalmente ficaria algum tempo na reserva. Os dois atacantes titulares do Chelsea são excepcionais, Drogba e Anelka. No último campeonato inglês, o Chelsea ultrapassou a marca histórica de 100 gols em sua campanha vitoriosa graças a Drogba e Anelka, acima de tudo.

Então me pareceu melhor que Neymar ficasse onde estava.

Mas depois de ver o comportamento de Neymar mudei de idéia. O Chelsea teria um papel fundamental para ele: educá-lo. Tirar-lhe o que os cronistas de futebol chamavam, antigamente, o “escafandro” - uma máscara enorme. Ali ele seria o que é, um jovem promissor a se lapidado dentro e fora do campo. No meio de grandes estrelas, teria um exercício cotidiano de humildade - cuja falta pode abreviar sua carreira.

Não dá para imaginá-lo, no Chelsea, dizendo a zagueiros de outros times que é milionário. Até porque os zagueiros terão mais dinheiro que ele, pelo menos por algum tempo. Também não dá para pensar nele insultando o técnico porque não foi escolhido para bater um pênalti. Com Lampard no time, seria virtualmente impossível que Neymar sonhasse cobrar pênalti no Chelsea.

O escafandro já acabou com jogadores parecidos com Neymar. Não apenas porque passam a ser malvistos pelos adversários e pelos próprios companheiros, mas porque uma das consequências inevitáveis dele é a convicção de que você não precisa treinar como os outros.

Neymar tem dois exemplos fortes nos quais se mirar dentro do próprio Santos. Um é o de Robinho, que acabou por se tornando apenas mais um bom jogador na multidão por causa de seu comportamento extravagante e irresponsável. É um jogador desprezado no melhor mercado do mundo para um jogador hoje: o inglês.

O outro exemplo é Pelé. Com a idade de Neymar, Pelé era campeão do mundo. Voltou da Suécia coroado rei do futebol. E só permaneceu assim até o final da carreira porque jamais cedeu à tentação do escafandro.

Fonte: Paulo Nogueira, jornalista, no blog “Diário do Centro do Mundo”

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Mestres do grafite

Para quem curte street art, mais precisamente grafite, as grandes cidades são um convite a um passeio a pé. São Paulo, Nova York, Londres, entre tantas outras, transformaram-se em verdadeiros museus/galerias de arte ao ar livre. Bom para o público, feliz de quem vive nestes lugares.

Recentemente, uma postagem do blog “Londres para Principiantes” (leia
aqui) me colocou em contato mais direto com grandes nomes do grafite londrino. É fenomenal o trabalho de Banksy, marcado pela integração provocativa da imagem com a paisagem. Alguns exemplos dessa sua marca podem ser vistos no cartão postal reestilizado disponível no seu site oficial.

No site, há uma série de trabalhos de Banksy que podem ser baixados livremente, desde que não se faça uso comercial. Arte livre e independente. A obra que faz referência à famosa série “Girassois”, do holandês Vincent van Gogh (sobre a qual escrevi no meu blog de viagens, o Piscitas – veja
aqui), é fantástica!

A imagem da menina que perde um balão em formato de coração (ou seria o coração num balão) causa reflexão – sensação acentuada pelo branco, que confere uma força à imagem que poucos artistas saberiam produzir.

Como se vê, o trabalho de Banksy é bem diverso.

Gosto também dos grafites de Stik, com seus característicos homens de palitinho – algo rudimentar e extremamente comunicativo. Um exemplo da intervenção que a arte do grafite proporciona pode ser visto no vídeo a seguir, disponível no site do artista. Nele, vê-se Stik criando os Stik-Men no West London:



segunda-feira, 20 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Questões eleitorais

"Quanto mais forte o Executivo, mais fraco o Legislativo, num país onde o presidencialismo já é um dos mais fortes do mundo democrático e os presidentes acham que podem cada vez mais. Em algum momento, é preciso dar um basta. Mas com Tiriricas é que não será."
Eliane Cantanhêde, colunista da "Folha de S. Paulo" (para ler na íntegra, clique
aqui - é preciso ter senha do UOL ou da "Folha")

"Qual será o padrão ético do novo governo? O que o PT na oposição pregou contra Collor ou o que o PT no poder praticou com suas Erenices?"

Idem (para ver a íntegra, clique aqui)

domingo, 19 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Frases do fim de semana - parte 2

"Estamos aqui (na Terra) não porque o Universo é propício à vida, mas apesar de sua hostilidade. (...) Devemos celebrar nossa existência por sua raridade, e não por ser ordinária."
Marcelo Gleiser, em sua coluna dominical na seção de "Ciência" da "Folha de S. Paulo". Para ler na íntegra, clique
aqui (é preciso ter senha do UOL ou da "Folha")

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Imagens do fim de semana - parte 2

Cenas inusitadas do fim de semana:

no trabalho, uma visitante curiosa (de cinco metros!)

no shopping, um visitante descansava tranquilo (não dá para ver direito porque a foto do celular é ruim, mas isso é um morcego)

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Frases do fim de semana - parte 1

"Você não ganha sabedoria com o passar dos anos. Na verdade, você se deteriora, é isso que acontece. As pessoas tentam retratar o processo da melhor maneira, dizem que você se torna mais terno. Você aprende a compreender a vida e aceitar as coisas. Mas você trocaria isso tudo por voltar aos 35 anos."
Woody Allen, em entrevista publicada no caderno "Ilustrada" da "Folha de S. Paulo" neste domingo 19/9 - o original saiu no "The New York Times". Para ler na íntegra, clique
aqui (é preciso ter senha do UOL ou da "Folha")

"Para mim, diversão é tomar uma cerveja e assistir a uma partida de futebol americano."
Idem

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Imagens do fim de semana - parte 1

A parte boa do fim de semana (no Maverick, claro!):


sábado, 18 de setembro de 2010 | | 0 comentários

TV 60 anos: desafios

A TV é o principal veículo de comunicação do país, presente em praticamente 100% do território e dos domicílios brasileiros, porque acertou no modelo: gratuita para o telespectador, financiada pela publicidade e com conteúdo adequado à audiência, cujo hábito de assistir à TV vem sendo forjado nessas seis décadas de história que se completam hoje.

Mas nenhum meio de comunicação passou ileso às mudanças que as tecnologias digitais provocaram e vêm provocando nesses últimos 15 anos. A internet, por exemplo, revolucionou a imprensa escrita, a telefonia e o consumo de música e vídeo. Mas o impacto sobre a televisão ainda é relativamente restrito.

Apostar que o modelo da TV deixará de existir no curto ou no médio prazos seria um erro. Mas também é um erro apostar que ela passará ilesa à revolução digital. Primeiro, porque ela mesma já se digitalizou, ganhou alta definição e, sobretudo, se tornou móvel. Essa mudança não é pequena: ao ganhar mobilidade, ganha novas audiências e pode, no futuro, ganhar novos formatos. Isso para não falar na TV por assinatura, que nos últimos 20 anos trouxe novos conteúdos e modelos de negócio.

Mas a mudança tecnológica mais importante que começa a se desenhar é a convergência da internet com os televisores. Os aparelhos, ao ganharem conectividade, deixaram de ser uma janela apenas para aquilo que a televisão tradicional distribui, e passaram também a sê-lo para conteúdos em rede.

O que significa que todo o universo de conteúdos, empresas, produtos e modelos de negócio que está presente na internet dividirá, potencialmente, o mesmo tempo de sofá e a atenção dos telespectadores.

Se a internet mudou o comportamento das pessoas no trabalho e nas relações pessoais, poderá mudar também o hábito das pessoas na frente do televisor.

Nos próximos anos, a TV vai se transformar porque o telespectador vai mudar. Mas, para isso, é preciso que a internet se torne presente em todos os lares, como fez a televisão. E isso ainda levará um bom tempo.

Fonte: Samuel Possebon, “Telespectador não passará ileso à revolução digital”. Folha de S. Paulo, Ilustrada, 18/9/10.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010 | | 0 comentários

História recuperada

Navegando por aí, descobri um site – e um projeto – muito interessante. Vem da Hungria e seu nome é Fortepan. Trata-se de uma coleção online de 4.973 fotos amadoras, todas com possibilidade de download e de boa qualidade. “É um arquivo como nenhum outro”, anuncia o site.

O nome vem da indústria Forte, localizada em Vác, na Hungria, uma das mais populares fábricas de filmes fotográficos após a Segunda Guerra. “A coleção tem um nome, mas não tem escritório, conta ou equipe”, ressaltam os responsáveis. Eles começaram a colecionar fotos há 20 anos sem nenhuma concepção prévia, atraídos pelos detalhes nas imagens. A prospecção se dá nas ruas de Budapeste. “Foi assim, caminhando centenas, talvez milhares de quilômetros, que eles descobriram os negativos”, informa o site.

A coleção tem começo e fim, “como uma novela”, cita o Fortepan. As primeiras imagens são do início do século passado, de anos indeterminados, e as mais recentes do período próximo da mudança de regime na Hungria, ocorrido em 1989. É uma linha do tempo de quase 90 anos – e é assim, como uma linha do tempo, que elas podem ser observadas no site. Normalmente, a maioria das imagens não é mostrada – por uma questão técnica e financeira.

Segundo os responsáveis, quando alguém pesquisa imagens do século passado, normalmente chega até arquivos de jornais, etc. As fotos amadoras ficam esquecidas. “Como se apenas eventos públicos tivessem ocorrido no século 20”, cita o site. Mas as fotos amadoras existem aos milhões!

Por sua característica, sabe-se muito pouco (ou quase nada) sobre as fotos – o que impossibilita inclusive disponibilizar uma ferramenta de pesquisa. No site, há quatro opções de visualização: pessoas, lugares, objetos e todas. Os usuários são inclusive estimulados a copiar, usar, enviar as fotos para os amigos...

Para acessar o site (em húngaro e inglês), clique aqui.

PS: pesquisando sobre o Fortepan, descobri uma nota publicada recentemente no caderno Link, do “Estadão”. Para ver, clique aqui.

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Título da Inter lembrado 24 anos depois

Quando o Inter conquistou a Libertadores da América pela segunda vez em sua história ao derrotar o Chivas Guadalajara, por 3 a 2, e o capitão Bolívar levantou a taça diante de um Beira-Rio lotado, batia mais forte ainda o coração de um pai especial. O "velho" Bolívar reviveu emoção de 24 anos atrás. Em 1986, era ele o autor do gesto de erguer o troféu e fazer a alegria de outro Internacional, o de Limeira.

O time do interior de São Paulo ganhou notoriedade naquele ano quando conquistou o Campeonato Paulista ao bater o Palmeiras na final por 2 a 1, no Morumbi. Foram os tempos da "Dinamarca Caipira", uma alusão à seleção europeia que havia se destacado no Mundial do México com um futebol alegre e ofensivo.

Mas o tempo acabou implacável. A falta de patrocinadores e a necessidade de vender jogadores traçaram um caminho descendente para a Inter de Limeira durante esses anos. Hoje, o clube saiu dos jornais. Ocupa a Quarta Divisão paulista.

Na equipe que contava com Kita, artilheiro daquela edição com 24 gols - e parou no Flamengo -, Tato e Lê, o capitão Bolívar se destacava na "Dinamarca Caipira". O ex-defensor lamenta a situação na qual se encontra o "Leão da Paulista", como a agremiação é também carinhosamente conhecida:

- Fico muito triste. Mas sempre esperançoso de que o Inter possa voltar a ser grande. A cidade tem que se unir em torno do clube e revitalizá-lo, pois na minha época foi assim. O futebol no Brasil tem que ser mais organizado.

Técnico campeão naquele ano, Pepe, que como jogador viveu glórias com Pelé no Santos e na Seleção Brasileira, se orgulha de ter sido um dos responsáveis pela montagem daquele plantel. Juntamente com Victório Marchesini, o mandatário na época:

- Foi um trabalho muito bem-feito. A própria prefeitura da cidade nos ajudou bastante. O time foi todo montado por mim, desde a excursão na África do Sul. Notei que havia algumas deficiências, então pedi a contratação do Kita, centroavante, e efetivei o Tato como ponta, que já estava um ano, um ano e meio no clube. Tínhamos uma jogada muito boa de contra-ataque, com o Pecos, que era o nosso lateral-esquerdo. Ele metia uma bola, pela esquerda, e o Tato fazia muitos gols.

Se hoje os colorados idolatram o capitão Bolívar, bicampeão da América e Mundial, a culpa é de seu pai, que lhe ensinou desde cedo os caminhos para a vitória:

- Hoje, vendo meu filho tendo essa oportunidade de ser campeão da Libertadores, que não tive, é um motivo de muito orgulho. Ele me viu ser campeão paulista em 1986, estava com seis anos. E me acompanhava em treinos, concentração, estava sempre do meu lado. É uma coincidência ele ser capitão e campeão pelo Inter e eu, paulista. Também pelo Inter, só que de Limeira – recorda Bolívar pai, que morou por 12 anos na cidade, a 156 km da capital paulista.

Além de treinador, Pepe, o "Canhão da Vila Belmiro", também cumpria o papel de tesoureiro naquele tempo:

- O presidente Marchesini, na época, vinha com o dinheiro da renda dos jogos. Quando era nosso mando, jogava o dinheiro para mim e dizia: 'Pode pagar o bicho dos meninos ai'. Não ficou muito tempo como mandatário, pois tinha um pavio muito curto.

De melhor do estado à Quarta Divisão paulista
Fundado em 5 de outubro de 1913, o clube deixou de se chamar "Barroquinha" para se tornar Internacional devido à presença de vários imigrantes radicados na cidade na época. Em 97 anos, marcou presença na Primeira Divisão nacional em seis oportunidades (1979, 81, 82, 86, 89 e 1990), além da conquista do Paulistão de 1986.


- Limeira é a terra da laranja e, curiosamente, esse ano, de 86, foi o ano que deu mais laranja por lá, então não faltava dinheiro, pois a cidade exportava a fruta, e a própria prefeitura ajudava o clube com recursos – brinca Pepe.

No entanto, a partir do fim da década de 80, o Inter entrou em declínio:

- Pensando na minha carreira, aceitei um convite do São Paulo. Depois o time se desmanchou e não conseguiu mais se reerguer. Muitos jogadores tiveram que ser negociados, para o clube fazer dinheiro, pagar dívidas antigas, e faltou patrocinador também.

O governo do presidente da República na época, Fernando Collor de Melo, também não ajudou, ainda mais com o plano econômico, que confiscou poupanças e congelou preços.

- O Inter sempre foi trabalhado em torno de muitas pessoas. O prefeito (Jurandir Paixão) da cidade de Limeira, na época, entre as décadas de 80 e 90, via o clube como uma instituição que poderia levar o nome da cidade para muitos outros lugares. Tirava dinheiro do próprio bolso para ajudar a instituição. Mas muitas pessoas se aproveitaram para crescer usando o clube, que, com isso, acabou perdendo recursos – diz o advogado Aílton Vicente de Oliveira, líder do Grupo Gestor, que assumiu a presidência em abril de 2009.

Justiça dificulta processo de reestruturação
Junto com um grupo de gestores, Aílton Vicente de Oliveira tenta revitalizar o Inter, que tem uma propriedade de sete alqueires (169.400 m²), porém empossada pela Justiça por falta de pagamento:


- Montamos categoria de base, que está dando suporte para o time profissional este ano. Esse terreno tem sete campos de futebol, lago, salão de festas, piscina olímpica, mas está tudo abandonado. A nossa ideia é transformar este espaço em um CT, no qual já temos até o projeto. O objetivo é chegar ao ano do centenário do clube, que é em 2013, na Primeira Divisão do Campeonato Paulista.

No entanto, para que a atual gestão se mantenha até lá, 82 conselheiros, via estatuto, terão que aprovar.

- Quando assumi o clube, o primeiro ‘presente’ que ganhei foi a interdição do estádio (Major Levy, o Limeirão), que estava totalmente abandonado.

Fonte: Marcello Carrapito, do site Globoesporte.com. Material divulgado hoje (15/9), coincidentemente no aniversário de Limeira. Para ver, clique aqui.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010 | | 0 comentários

London, London

I'm wandering round and round, nowhere to go
I'm lonely in London, London is lovely so
I cross the streets without fear
Everybody keeps the way clear
I know I know no one here to say hello
I know they keep the way clear
I am lonely in London without fear
I'm wandering round and round, nowhere to go


While my eyes go looking for flying saucers in the sky

Oh Sunday, Monday, Autumn pass by me
And people hurry on so peacefully
A group approaches a policeman
He seems so pleased to please them
It's good at least, to live and I agree
He seems so pleased, at least
And it's so good to live in peace
And Sunday, Monday, years, and I agree


While my eyes go looking for flying saucers in the sky

I choose no face to look at, choose no way
I just happen to be here, and it's ok
Green grass, blue eyes, grey sky
God bless silent pain and happiness
I came around to say yes, and I say


While my eyes go looking for flying saucers in the sky

* "London, London", de Caetano Veloso

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Uma ferida em solo americano

Neste final de semana, assisti a um interessante documentário sobre os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. Já faz nove anos e ainda fico indignado cada vez que revejo aquelas cenas. Lembro de cada detalhe daquele dia, de como recebi a notícia, na hora do almoço, das reações durante a tarde, da apuração no Jornal de Limeira, do fechamento enlouquecido da edição, às 4h da madrugada.

Escrevi no meu blog sobre viagens, o Piscitas, que Nova York aprendeu a viver o 11 de Setembro (clique aqui para ler). Por sorte, é uma data que está muito mais no jornal do que no cotidiano da cidade. Isso, obviamente, tem um lado extremamente positivo, de retorno à vida pulsante de uma cidade vibrante.

Contudo, paradoxalmente, Nova York não esquece o 11 de Setembro – nem deve. Aquele episódio está em cada esquina. A gente se depara com ele nos momentos e lugares mais inusitados. Como no mural “Tiles for América”, sobre o qual também escrevi no Piscitas (leia aqui). Em monumentos mais formais, como o que homenageia os bombeiros mortos naquele trágico dia. Ou numa simples pedra num jardim.

Para quem não viu o documentário, recomendo. Está na grade do canal GNT. Ele tem como foco o relatório da comissão independente do Congresso norte-americano que investigou o caso. Traz depoimentos incríveis e emocionantes, que me fizeram chorar. Como o do homem que conseguiu descer dezenas de andares até o quarto piso, momento em que a torre do World Trade Center desabou sobre sua cabeça. Toneladas de ferro e concreto e ele ali, debaixo dos escombros, vivo.

O documentário chama-se “11/9: Em Solo Americano”. O trailer segue abaixo:



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domingo, 12 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Mais uma crônica de NY

Mais uma interessante "Crônica de Nova York" da jornalista Giuliana Morrone, correspondente da TV Globo nos EUA.



Para mais, clique aqui.

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A eleição em duas sentenças

"As curvas das pesquisas mostram que os dois grandes fatores de 2010 são a força de Lula e a falta de unidade, de discurso e de estratégia da oposição. Em resumo: a determinação de vencer a qualquer custo contra a falta de vontade, quase preguiça, de realmente guerrear."
Eliane Cantanhêde, colunista da "Folha de S. Paulo", p. 2, 12/9/10 (para ler na íntegra, clique aqui)

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Imagens do fim de semana

Luz da rua, da lua e da estrela



Música de qualidade com a Orquestra Sinfônica no Parque Cidade


Crepúsculo de um domingo ensolarado


quinta-feira, 9 de setembro de 2010 | | 1 comentários

Não falta dinheiro para aeroportos (menos para Limeira)

Já escrevi aqui sobre a problemática do aeroporto de Limeira. Agora mais informações vieram diretamente do Daesp, o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo, que está comemorando 40 anos. Só nos últimos 15 anos, segundo material divulgado hoje pela sua assessoria de imprensa, o órgão investiu R$ 236 milhões em 31 aeroportos do interior.

A pergunta é: quanto dessa montanha de dinheiro foi destinada a Limeira? Nada. O aeródromo local não é ligado ao Daesp. O valor seria suficiente para construir cinco aeroportos como o projeto para Limeira, na margem da Rodovia SP-147, que liga a cidade a Mogi-Mirim.

Não é, portanto, por falta de dinheiro que Limeira não tem um aeroporto. É por falta de representatividade – e de força – política.

A seguir os principais trechos do material distribuído pelo Daesp:

O Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo-Daesp, órgão vinculado à Secretaria de Estado dos Transportes, que administra 31 aeroportos no interior de São Paulo, acaba de completar 40 anos, como autarquia.


(...) Entre 1995 e 2010 foram realizados investimentos de R$ 236 milhões. Somente nos últimos quatro anos (2007–2010), o total de investimentos soma R$ 60 milhões para a ampliação dos terminais de passageiros, instalação de equipamentos de auxílio à navegação, torre de controle, manutenção e recuperação dos sistemas de pátios e pistas (pouso e decolagem).

(...) Nos últimos quatro anos, estão entre os principais investimentos do Daesp:

- ampliação do terminal de passageiros do aeroporto Leite Lopes (Ribeirão Preto) - R$ 11 milhões);
- reforma do terminal de passageiros e recapeamento do sistema de pistas de Presidente Prudente (R$ 7,7 milhões);
- reforma do terminal de passageiros e recapeamento do sistema de pistas do aeroporto de Araçatuba (R$ 6,3 milhões);
- recapeamento do sistema de pistas e pátio e pavimentação da pista de rolamento do aeroporto de Sorocaba (R$ 5,1 milhões);
- instalação de torre de controle e ampliação do pátio no aeroporto de Jundiaí (R$ 4,9 milhões);
- obras nos aeroportos de Assis, Barretos, Bragança Paulista, Campinas/Amarais, Franca, Itanhaém, Ourinhos, Penápolis, Piracicaba, São José do Rio Preto, Tupã e Ubatuba.

O total de passageiros (embarque e desembarque) que utilizaram os aeroportos do Daesp até julho de 2010 é de 978.821. O total de pousos e decolagens nos 31 aeroportos nesse período foi de 248.642. Em 2009, os aeroportos administrados pelo Estado receberam 1,3 milhão de passageiros e 400 mil pousos/decolagens.

Companhias aéreas que operam nos aeroportos do Daesp que recebem voos regulares:

* Aeroporto de Araçatuba – Pantanal Linhas Aéreas / Trip Transporte Aéreo Regional Interior Paulista.
* Aeroporto de Bauru/Arealva - Pantanal Linhas Aéreas / Passaredo Transportes Aéreos / Gol Transportes Aéreos.
* Aeroporto de Marília - Pantanal Linhas Aéreas / Passaredo Transportes Aéreos / TAM Linhas Aéreas.
* Aeroporto de Presidente Prudente - Pantanal Linhas Aéreas / Gol Transportes Aéreos / Passaredo Transportes Aéreos.
* Aeroporto de Ribeirão Preto - TAM Linhas Aéreas / Trip Transporte Aéreo Regional Interior Paulista / Passaredo Transportes Aéreos.
* Aeroporto de São José do Rio Preto - Trip Transporte Aéreo Regional Interior Paulista / TAM Linhas Aéreas / Passaredo Transportes Aéreos.

Aeroportos administrados pelo Daesp: Andradina, Araçatuba, Avaré/Arandu, Araraquara, Assis, Bauru, Bauru/Arealva, Barretos, Bragança Paulista, Botucatu, Campinas/Amarais, Dracena, Franca, Itanhaém, Jundiaí, Lins, Marília, Ourinhos, Penápolis, Piracicaba, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, São Manuel, Sorocaba, Tupã, Ubatuba e Votuporanga.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Jovens tardes de domingo

Numa melancólica tarde de domingo, não podia encontrar cena mais inspiradora do que o sol se pondo numa estrada rural. E depois o poente no Morro Azul – e dá-lhe poeira e tempo seco para encobrir sol e morro.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010 | | 0 comentários

Mundo digital

Este "admirável mundo novo" da Internet exibe números cada vez mais impressionantes. Um bom resumo pode ser visto no trabalho de Jessé Thomas, reproduzido a seguir. O material está em inglês, mas é possível entender facilmente.

JESS3 / The State of The Internet from JESS3 on Vimeo.