segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 | |

O tal "jeitinho brasileiro"

O colega Danilo postou no blog dele, o Chapadeira, uma interessante mensagem (leia aqui) que resume de forma prática o que tenho insistido em pregar nos últimos tempos - notadamente nas minhas participações no programa "Fatos & Notícias", da TV Jornal: quanto nós, brasileiros, contribuímos para a bagunça nacional.

A postagem revela de forma direta como o tal "jeitinho brasileiro", do qual tanto nos orgulhamos, tem mais aspectos nocivos do que benéficos. Confirma o diagnóstico feito certa vez por um diplomata norte-americano - e que gerou até uma crise entre Brasil e EUA - de que a corrupção é endêmica na terra brasilis.

Hoje, por exemplo, fui vítima de uma situação dessas: entrei no banco às 13h47. Peguei a senha 136 e o marcador indicava que estava sendo atendido o cliente 116. E eram apenas dois caixas... Para piorar, um destes caixas atendia há 20 minutos, segundo relato de um cliente que aguardava ao meu lado, um mesmo cidadão que resolveu pagar todas as contas da vida naquele momento (direito dele, registre-se).

E assim, de um em um, os clientes eram chamados. Resumo: fui atendido exatamente às 14h28, ou seja, 41 minutos depois da minha entrada (uma lei municipal fixa que o atendimento deveria ser feito em no máximo 20 minutos, mas como não há fiscalização...).

Nesse tempo, uma senhora foi chamada pela senha especial destinada a gestantes, idosos, portadores de deficiências e mães com bebês de colo. Estranhei, pois não via nela nada que pudesse lhe conferir o benefício do atendimento prioritário. Por um momento achei que ficaria naquilo, mas a caixa - vendo a situação no banco - questionou a mulher. E eis que a folgada (sim, esta é a melhor definição) disse: "Estou com ela, ela está grávida". Ela, no caso, era uma jovem sentada comodamente na área dos caixas... A atendente alertou que da próxima vez o atendimento deverá ser feito só à pessoa grávida. E a mulher que recorreu ao "jeitinho brasileiro" nem com vergonha na cara ficou.

Em tempo: quando saí do banco, o homem que "alugou" um dos dois caixas ainda estava lá pagando as contas da empresa...

Talvez essas situações ajudem a explicar o nosso atraso. Seriam causa ou efeito?
Por isso insisto: se cada um fizer a sua parte...

PS: como não consegui ligar para o Procon enquanto estava no banco porque havia deixado o celular no carro, deixo registrada aqui minha indignação com a demora para o atendimento. Foi no Banco Real do Centro de Limeira, agência 1536, esquina da Rua Barão de Campinas.

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