quarta-feira, 29 de julho de 2009 | | 1 comentários

15 anos sem Mussum

"Se esta matéria fosse apresentada num 'Globo Repórter' da vida começaria com um 'hoje, 29 de julho, faz 15 anos que o Brasil ficou mais triste'.

Colocada a pieguice de lado, seria a abertura ideal para o texto, pois foi neste dia, em 1994, que faleceu o mais popular entre os mais populares comediantes do país, Antonio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, d’Os Trapalhões."

Para ler o resto da reportagem do site Vírgula, clique aqui.

* Esta é a homenagem deste blog a uma pessoa que ajudou a fazer a minha infância - e a de minhões de brasileiros - mais feliz.

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Félix questiona Seade e diz que balanço é "chutômetro"

O prefeito de Limeira, Silvio Félix (PDT), questionou o balanço de anúncios de investimentos divulgado no último dia 24 de junho pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). O estudo, citado no post anterior, revela uma queda de 97,6% nos investimentos anunciados nos três primeiros anos de governo do pedetista em relação aos três anos anteriores. Segundo Félix, o levantamento do Seade é um “chutômetro”.

Em contato com o blog Bate-Bola, o prefeito contou ter ido pessoalmente à fundação para questionar os dados. De acordo com ele, o método usado pelo Seade é “furado”, já que se baseia em consultas a jornais. “Iriam mudar a metodologia”, fala. A fundação informa em seu site que faz uma "captação diária de informações sobre projetos divulgados pelos principais meios de comunicação".

Félix ainda afirmou que seu governo “não anuncia situações hipotéticas”, citando que alguns investimentos relacionados a outras administrações não se concretizaram (o que é verdade; esta premissa vale para todas as cidades). “Não fiz show para fazer anúncios”, comenta. Ele também alfinetou o desempenho de governos anteriores na área de atração de empresas.

O pedetista mencionou investimentos de R$ 200 milhões da Ripasa e de R$ 150 milhões da Ajinomoto feitos em seu governo e que não constam do levantamento do Seade. Ele ainda disse que só o Distrito Industrial Anhanguera, planejado pela prefeitura numa área do Horto Florestal às margens da Via Anhanguera, teve investimentos de R$ 10 milhões. O distrito ainda não foi executado (o valor envolve a negociação do terreno).

terça-feira, 28 de julho de 2009 | | 0 comentários

Anúncios de investimentos despencam com Félix, aponta Seade

Os anúncios de investimentos em Limeira despencaram abruptamente durante os três primeiros anos do governo Silvio Félix (PDT). Em valores, o total de investimentos anunciados entre 2005, quando Félix tomou posse, e 2007 é 42 vezes menor do que o verificado entre 2002 e 2004, no governo José Carlos Pejon (PP, então PSDB). Os números foram obtidos a partir de relatório da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

O banco de dados sobre anúncios de investimentos no Estado, disponível no site do Seade, engloba o período de 1998 a 2007 – ou seja, dez anos. Nesse período, Limeira passou por três administrações: Pedro Kühl (PSDB), nos quatro primeiros anos do estudo (ele foi reeleito em 2000); Pejon (que era vice do tucano e assumiu após a renúncia do então prefeito, em abril de 2002) até 2004; e depois Félix (que segue até hoje, tendo sido reeleito em 2008).

Em números de anúncios, Limeira atingiu 117 no período – menos do que Americana, por exemplo, que teve 128. Araraquara teve 229, Bauru 169, Marília 147, Piracicaba 179, Rio Claro 107 e São Carlos 98. Na microrregião de Limeira, Iracemápolis teve quatro anúncios, que somam US$ 12,9 milhões (dos quais US$ 8,22 milhões são de um empreendimento da Belgo, cujas obras foram paralisadas ainda no início); Cordeirópolis teve sete anúncios, que totalizam US$ 34,12 milhões.

No caso de Limeira, os 117 anúncios de investimentos representam um total de US$ 1.397,36 bilhão (ou R$ 2.627,03 bilhões pela cotação do dólar de hoje – R$ 1,88). O valor é inferior ao de Americana: US$ 1.477,85 bilhão (embora US$ 650 milhões sejam do projeto da usina termelétrica Carioba 2, que não foi executado – vale lembrar que há vários investimentos anunciados para Limeira na mesma situação, como o do Grupo Rodrimar, que construiria um porto seco na Via Jurandyr Paixão, mas não tocou o projeto em razão de uma disputa judicial com a Receita Federal).

Durante o período do estudo compreendido no governo Kühl, foram anunciados 29 investimentos, somando US$ 400,79 milhões – média de US$ 100,19 milhões por ano. Já no governo Pejon, foram 57 anúncios, totalizando US$ 973,82 milhões – ou US$ 324,60 milhões anuais. Nos três primeiros anos do governo Félix, houve 31 investimentos anunciados, com um total de US$ 22,75 milhões – média anual de US$ 7,58 milhões (ou 42 vezes menos que a média da administração Pejon).

O total de investimentos anunciados no governo Félix caiu 97,6% depois de ter subido 142,9% na administração Pejon em relação ao do seu antecessor. O governo Pejon foi marcado pelo Plano de Incentivo ao Desenvolvimento (PID), que não foi primordial para o bom desempenho dos investimentos anunciados, ao menos conforme o relatório do Seade. É que o PID foi lançado em 12 de março de 2004, ano que registrou o desempenho mais fraco da administração de Pejon (veja detalhes a seguir).

Dos 117 investimentos anunciados para Limeira nos dez anos do balanço, a grande maioria (98) é de origem brasileira. Há nove dos Estados Unidos, três do Japão, um da Alemanha, Suécia, Inglaterra, França, Itália, Portugal e Bélgica. Os investimentos incluem modernização (13 casos), ampliação (33) e implantação (71).

1998 ..... 2 anúncios ..... US$ 252 milhões
1999 ..... 5 anúncios ..... US$ 26,81 milhões
2000 ..... 6 anúncios ..... US$ 32,08 milhões
2001 ..... 16 anúncios ..... US$ 89,9 milhões
2002 ..... 14 anúncios ..... US$ 515,74 milhões
2003 ..... 30 anúncios ..... US$ 285,02 milhões
2004 ..... 13 anúncios ..... US$ 173,06 milhões
2005 ..... 6 anúncios ..... US$ 3,03 milhões
2006 ..... 9 anúncios ..... US$ 5,29 milhões
2007 ..... 16 anúncios ..... US$ 14,43 milhões

Fonte: Seade

* Obviamente, um ou outro investimento anunciado em determinado ano acabou não se concretizando, como o do já citado Grupo Rodrimar e o da Livraria Siciliano, em 2003, em Limeira. Esta observação, porém, vale para todas as cidades.

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Disney World no Brasil?

O ano era 1958. Três anos antes, Walt Disney inaugurara a Disneylândia em Anaheim, perto de Los Angeles, na Califórnia (EUA). Desde a inauguração, o novo parque – que, na verdade, fora concebido para ser mais que um parque; era um mundo de fantasia – foi um sucesso. O público chegou rapidamente à casa do milhão. Como era costume, a consolidação do novo projeto já deixava Walt inquieto para fazer algo novo, algo maior. Dessa vez, ele pensava em fazer mais que um parque, uma cidade. Faltava definir o local.

Pouca gente sabe, mas um dos locais cogitados para sediar o projeto que viria a se tornar a
Disney World (embora não da forma como seu idealizador sonhava, já que a ideia da cidade, chamada EPCOT, fora abandonada após sua morte, em 1966) foi... Brasília. Isso mesmo, a nova capital do Brasil! É o que revela Neal Gabler em seu recém-lançado livro “Walt Disney – O Triunfo da Imaginação Americana”, que acabei de ler (Editora Novo Século, 911 págs.).

O primeiro local pensado foi nos arredores de New Jersey Turnpike, na região de Nova York, mas logo se concluiu pela inviabilidade do lugar. Na época, chegaram ofertas de Niagara Falls, Monterey, Kansas City e Brasília – que chegou a atrair a atenção de Disney. “Walt está interessado e pode ir pessoalmente ao Brasil se a coisa toda parecer promissora”, disse um executivo do
grupo, conforme o livro (p. 677).

Disney, porém, fez estudos mais profundos a respeito de Saint Louis (após ser contatado pela cidade, que completaria 200 anos), mas acabou se decidindo mesmo por uma área na região de Orlando, na Flórida. O resto da história quase todos conhecem.

Sobre Walt, o autor escreve: “Ele mudou o mundo. Criou uma nova forma de arte e depois produziu vários clássicos indiscutíveis com ela. (...) Propiciou fuga para a Depressão (de 1929), força durante a guerra (1939-45) e conforto depois, e mostrou a gerações de crianças como aceitar a responsabilidade, permitindo-lhes, ao mesmo tempo, expressar o antagonismo presente nelas ao mundo adulto em que logo entrariam. Refinou os valores tradicionais e intensificou os mitos e arquétipos americanos. (...) E, de um ponto de vista mais amplo, reforçou a iconoclastia, o senso comunitário e a tolerância como valores americanos (...). Foi pioneiro dos filmes coloridos e da televisão em cores. Reinventou o parque de diversões (...). Estimulou e popularizou a conservação do meio ambiente, a exploração espacial, a energia atômica, o planejamento urbano e uma consciência histórica mais profunda”. (p. 709)

Em tempo: a EPCOT existente em Disney World quase em nada lembra o projeto de Walt, que previa a construção de uma cidade experimental. Cidade mesmo!

segunda-feira, 27 de julho de 2009 | | 0 comentários

Amo muito tudo isso!

“O chope Brahma Black é um produto premium, tipo lager escura, que apresenta a cremosidade extra e o efeito visual tipo cascata como diferenciais. Tudo isso graças ao processo de fabricação especial, que conta com uma tecnologia inédita, que adiciona ao líquido, além de gás carbônico, nitrogênio.”
Fonte: www.brahmablack.com.br

Mais informações, clique aqui.

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Que tal fim de semana de três dias?

Poupar energia, reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera, economizar. Estes são alguns dos efeitos de uma medida que vem sendo discutida em vários pontos do mundo – nos Estados Unidos ela já virou realidade em algumas localidades. Trata-se do aumento do final de semana de dois para três dias. Pela proposta, os chamados dias úteis seriam de segunda à quinta-feira. A sexta-feira seria incorporada ao final de semana.

A medida evita num primeiro momento o desemprego, reduzindo os dias de trabalho, mas mantendo a jornada. Num segundo momento, traz economia ao reduzir os gastos com luzes e ar condicionado nos escritórios, por exemplo. E também traz benefícios ao meio ambiente, já que na sexta-feira haveria bem menos veículos se deslocando nas cidades, já que não seria preciso ir ao trabalho.

Eu já tinha ouvido falar a respeito disso na TV e hoje voltei a me deparar com o assunto após o comentário de um colega de trabalho. Ele me apresentou um texto interessante (leia aqui) que resume bem os efeitos da medida. Quando vi o assunto na TV, falou-se de um outro benefício: o “ócio criativo e produtivo”. O conceito é mais ou menos o seguinte: com mais um dia de descanso e lazer, o trabalhador tende a se tornar mais produtivo e eficiente nos demais quatro dias de trabalho. Ou seja: para quem pensa que a medida aparentemente traria perdas de produção, engana-se. O resultado é justamente o contrário: maior produtividade.

E aí, alguém está disposto a testar o novo modelo? Será que não estaria na hora dos parlamentares começarem a pensar no assunto (a tal redução da jornada de 44 para 40 horas semanais no Brasil parece tema proibido...).

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Lula em três tempos

"As lideranças nacionais estão evitando fazer críticas ao presidente Lula. Mas não tem como dizer de outro jeito: esse apoio (ao presidente do Senado, José Sarney) é uma vergonha. Temos um presidente com 80% de popularidade. Temos um partido com 30% de preferência, o segundo colocado tem 8%. E aí, depois de sete anos de governo bem avaliado, a gente tem de pedir esmola para o Sarney? Não tem."
Domingos Dutra, deputado federal e presidente do PT no Maranhão

"'No geral, aprecio o governo Lula, mas no aspecto moral, de defesa da honestidade, dos princípios republicanos, fico do outro lado. (...) A biografia de Hitler não é melhor porque ele pintava paisagens'. Cuidado, pois, amigo Lula, com as paisagens que pinta.”
Clóvis Rossi, colunista da “Folha de S. Paulo”, citando frase do professor Raphael Portella (25.7.09 – p.2)

“Do alto dos índices de simpatia ao governo, inegáveis e com seus méritos, Lula comanda um triste espetáculo de diminuição do papel da Justiça, de desprezo ao Legislativo e de elegia a uma brasileiríssima malandrice. É essa liquefação moral e institucional que cobrará um preço mais à frente. Nefasto é o adjetivo mais leve que me vem à cabeça para qualificar esse efeito.”
Igor Gielow, colunista da “Folha de S. Paulo” (25.7.09 – p.2)

terça-feira, 21 de julho de 2009 | | 0 comentários

"Pixo": crime ou arte?

Para quem leu o texto do jornalista Gilberto Dimenstein citado no post abaixo, vale a pena se informar sobre o documentário “Pixo”, feito por João Wainer (fotógrafo da “Folha de S. Paulo”) e seu irmão Roberto Oliveira. O trabalho retrata a vida do ex-pichador Djan Ivson, de 24 anos, e, claro, discute essa polêmica forma de expressão – arte e/ou crime?

Eu - que aprecio grafite e saio pelas cidades fotografando-os - confesso que sempre achei a pichação falta de educação e civilidade, mas esta é a análise sob minha ótica. Ainda não tinha visto nada sob a ótica do pichador e é isto que o documentário busca fazer. Sob essa outra ótica, a questão ganha relevância e complexidade (porque classificar como falta de educação é fácil).


Um trecho foi disponibilizado pelo UOL e reproduzo a seguir:



Para mais informações, clique
aqui.

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Pesquisa estima 28 adolescentes assassinados em Limeira

Vinte e oito crianças e adolescentes de 12 a 18 anos devem morrer entre 2006 e 2012 em Limeira em razão da violência. É o que aponta estudo divulgado nesta terça-feira. pelo Observatório de Favelas, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

A cidade ocupa a 205 posição no ranking de 267 municípios com mais de 100 mil habitantes. Pelo estudo, o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência) de Limeira ficou em 0,73 por mil adolescentes entre 12 e 18 anos (que somam 38.257 na cidade). O índice está bem abaixo da média brasileira – 2,03. Isso significa que, no país, cerca de 33 mil adolescentes serão assassinados entre 2006 e 2012.

Para se ter uma ideia do IHA de Limeira, a liderança do ranking é de Foz do Iguaçu (PR), com índice de 9,7 mortes para cada grupo de mil adolescentes. A seguir, aparecem Governador Valadares (MG), com 8,5, e Cariacica (ES), com 7,3.

O estudo revelou ainda outras realidades. “O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. (...) A pesquisa também indica que, para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa de 12 a 18 anos”, cita a Agência Brasil.

Ainda conforme a ABr, “a coordenadora do Programa de Redução da Violência Letal do Observatório de Favelas, Raquel Willadino, traçou um perfil dos adolescentes que mais morrem por homicídio no Brasil: são meninos, negros e moradores de favelas ou de periferias dos centros urbanos. Segundo ela, há ainda forte relação com o tráfico de drogas”.

Para mais informações, clique
aqui e aqui.

* Gilberto Dimenstein: “Porque tantos jovens são assassinados?”. Leia
aqui.

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"The answer, my friend, is blowin' in the wind"



How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
Yes and how many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Yes and how many years can a mountain exist,
Before it's washed to the seas (sea)
Yes and how many years can some people exist,
Before they're allowed to be free?
Yes and how many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes and how many times must a man look up,
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

(“Blowing in the Wind”, de Bob Dylan)

segunda-feira, 20 de julho de 2009 | | 0 comentários

Leitura e cidadania

Uma importante iniciativa surgida na periferia de Limeira tem contribuído para promover a leitura e a educação entre crianças e adultos. É a Biblioteca Comunitária "Oficina do Saber", que fica no Jardim Roseira e completou recentemente cinco anos. Fruto da organização da própria sociedade, a biblioteca funciona com base em doações e trabalhos voluntários.

Segundo a coordenadora do local, Neuda Maria de Souza Martins, 70% do público é formado por crianças de até 12 e 13 anos da idade. Entre 2004 e 2009, já passaram pelo local 21.386 pessoas – são de 40 a 60 pessoas por dia, em média. Cerca de 11 mil locações de livros foram feitas no período. O acervo já soma sete mil obras.

Além do empréstimo de livros, a biblioteca realiza também um trabalho social e educativo, por meio de oficinas e cursos, como os de Economia Doméstica e Contabilidade Comercial, além do Programa de Educação para o Trabalho (PET), ministrados por alunos de Pedagogia e por meio de parcerias com instituições como o Senac e o Isca Faculdades.

E a iniciativa, que já é um sucesso, espalha-se pela cidade. Outras duas bibliotecas comunitárias foram montadas nos bairros Ernesto Kühl e Nova Suíssa (assim mesmo, com dois “s”).

Para quem se interessar em conhecer o local, frequentá-lo ou até atuar como voluntário, a “Oficina do Saber” fica na Rua Valdomiro Della Coleta, 214. O telefone é 3033-9300.


PS: para quem tem dúvida da importância desse tipo de iniciativa, basta citar a manifestação do escritor Milton Hatoum, feita este mês durante a Feira Literária Internacional de Paraty (Flip): "Não há cidadania sem acesso à leitura".

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Recordar é viver...


O tetra faz 15 anos!

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40 anos depois...

"Este é um pequeno passo para um homem, mas um enorme salto para a humanidade." (Neil Armstrong)

Hoje faz 40 anos que o homem pisou na Lua pela primeira vez. Quer ler mais? Clique
aqui e aqui (este em inglês).

Apenas como curiosidade: só nos EUA, há 66 fragmentos de rocha lunar, trazidas pelas missões Apollo. Elas estão espalhadas em 25 estados: Flórida (7), Carolina do Sul (1), Carolina do norte (1), Virginia (2), Maryland 3), Nova York (2), Massachussets 1), Pensylvannia (1), Ohio (7), Indiana (1), Illinois (3), Michigan (2), Alabama (2), Mississipi (1), Louisina (1), Texas (4), Oklahoma (1), Kansas (3), Colorado (6), Novo México (2), Arizona (2), Utah (1), Califórnia (8), Washington (1) e Washington D.C. (3). Para saber a localização exata de cada um deles, clique
aqui.

Para os mais novos que talvez não saibam, até Limeira já recebeu uma vez uma amostra do solo lunar. Foi em uma Feira Agro-Científica e Industrial (Facil) no início dos anos 80.

E entre os mais de seis bilhões de habitantes da Terra, apenas 12 colocaram os pés na Lua. São eles:
* Neil Armstrong e Buzz Aldrin – Apollo 11 – Julho de 1969
* Charles Pete Conrad e Alan Bean – Apollo 12 – Novembro de 1969
* Alan Shepard e Edgard Mitchell – Apollo 14 – Fevereiro de 1971
* David Scott e James Irwin – Apollo 15 – Julho de 1971
* John Young e Charles Duke – Apollo 16 – Abril de 1972
* Eugene Cernan e Harrison Schmitt – Apollo 17 – Dezembro de 1972

E você, gostaria de estar nessa lista?

Foto: Nasa

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A fantasia e a desgraça

"FOLHA - A TV não deveria criar produtos infantis mais lúdicos?
TALMA - Se você acompanhar pelo mundo, não tem mais isso. Quando eu comecei a fazer a parte da manhã aqui na Globo, a (roteirista) Mariana Caltabiano tinha uns bonequinhos que eram lindos. Fizemos um projeto que era bom pra caramba. Eram uns velhinhos que se perderam no espaço e tal. Na primeira reunião que tivemos em São Paulo com garotos de 8 a 12 anos, o que a gente sofreu de ver a falta de informação, a agressividade... Quando você usa um boneco, até os cinco anos, a criança aceita; depois dos cinco anos, a garotada toda acha que estamos tentando enganá-los. Eles ficavam possessos num nível assustador, em função de achar que estavam sendo enganados.

FOLHA - Por quê?
TALMA - Porque eles passam o dia com a mãe ligadona nessas emissoras de merda, que estão cobrindo só desgraça. Na cabeça deles, deixa de ter o lúdico, não existe! Volta e meia a gente toma uma porrada (perda de audiência) por causa de novela das seis, das sete, porque são horários, vamos dizer assim, que mexem muito com os (telejornais) locais ("Negócio da China", dirigida por Talma, teve a pior audiência dos últimos anos no horário das 18h). O que acontece é o seguinte: que novela você tem que fazer para suplantar aquele menino que sequestra a namorada, a amiga da namorada, fica durante uma semana cercado de policiais com 500 mil pessoas, dão um microfone para esse analfabeto de merda e ele se torna ídolo? O que você tem que colocar para brigar contra isso? Com essa realidade dura, crua e nojenta que nós temos no Brasil? Quer dizer, no mundo inteiro é assim. Torna-se inviável! A internet é o mais próximo da realidade, mas ainda pode existir lá uma coisa lúdica."

Entrevista de Roberto Talma, publicada pela "Folha de S. Paulo" de 19.7.09, caderno Ilustrada. Para quem quiser ler a entrevista na íntegra ("Fantasia não tem lugar na TV, diz Talma"), clique aqui (é preciso senha do UOL ou da "Folha")

quarta-feira, 15 de julho de 2009 | | 0 comentários

Boa notícia

Uma boa notícia: o Estado de São Paulo atingiu no ano passado o menor índice de mortalidade infantil da história. É o que revela a Fundação Seade. A taxa ficou em 12,5 óbitos de crianças menores de um ano por mil nascidas vivas, o que representa uma queda 15,54% na comparação com 2003, quando o índice era de 14,8. Em relação a 1995, ano em que o índice ficou em 24,5, a queda foi de 49%.

Ano a ano o Estado de São Paulo vem conseguindo reduzir as mortes infantis. Em 2007, o índice havia sido de 13. No ano anterior, 13,2. Em 2005, 13,4. Em 2004, 14,2. Em 2002, a taxa ficou em 15 e, em 2001, 16.

Segundo o governo estadual, o aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, a ampliação do acesso ao pré-natal, a expansão do saneamento básico e a vacinação em massa de crianças pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são os principais motivos para a queda da mortalidade infantil - considerada o principal indicador de saúde pública para a OMS (Organização Mundial de Saúde).



Fonte: Governo de SP

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"The Americans" no MOCA

O Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MOCA) está sediando uma exposição temporária com trabalhos do fotógrafo suíço Robert Frank. Nascido em 1924 em Zurique, Frank se notabilizou na fotografia norte-americana. Seu trabalho mais destacado apresenta retratos de cidadãos norte-americanos comuns.

O suíço chegou aos EUA em 1946, indo trabalhar como fotógrafo de moda da Harper´s Bazaar, em Nova York. A partir de 1955, durante dois anos, Frank viajou de carro por todo os EUA, colhendo cerca de 20 mil negativos – dos quais 83 viraram fotos do livro “Les Américains” (lançado em 1958) e “The Americans” (1959). A versão americana da obra traz uma introdução do famoso escritor Jack Kerouac.

As fotos de Frank, que entraram para a história da fotografia, foram tiradas com uma Leica.

É justamente para marcar os 50 anos de “The Americans” que o MOCA abriu a exposição.


Fotos: MOCA/Wikipedia

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"Não há privacidade na internet"

Se seus dados estiverem on-line, eles não são privados. Talvez eles pareçam privados. Certamente, só você tem acesso ao seu e-mail. Na verdade, você e o seu provedor. E o provedor de seu remetente. E qualquer provedor das principais conexões de internet que por acaso acompanhe o percurso desse e-mail do remetente até você.

Se você lê seu e-mail pessoal no trabalho, a sua empresa tem acesso a ele. E, se instalar mecanismos de rastreamento nos pontos certos, a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) e qualquer outro órgão de inteligência do governo norte-americano, também.

É evidente que você poderia codificar o seu e-mail, mas poucos entre nós fazem isso. A maioria das pessoas agora usa webmail. O problema é que, normalmente, seus dados on-line não estão sob seu controle. Seu webmail está menos sob seu domínio do que poderia estar se suas mensagens fossem baixadas em seu computador.

Se você usa o Salesforce. com, está contando com essa empresa para proteger seus dados. Se usa o Google Docs, você está confiando no Google. Esse é o motivo pelo qual o Centro de Informações sobre Privacidade Eletrônica (Epic, na sigla em inglês) registrou queixa na FTC (agência reguladora governamental norte-americana): confiamos no mecanismo de segurança do Google, mas não sabemos o que ele é.

Isso é uma novidade. Há 20 anos, se alguém quisesse vasculhar a sua correspondência, teria de invadir a sua casa. Agora, essa pessoa pode simplesmente entrar no seu servidor. Há dez anos, suas mensagens de voz eram guardadas em uma secretária eletrônica no seu escritório; agora, estão em um computador que pertence a uma empresa de telefonia.

Suas movimentações financeiras encontram-se em websites remotos, que são protegidos apenas por meio de senhas; os dados sobre os empréstimos que você fez são recolhidos, armazenados e vendidos por empresas que você nem sequer sabe que existem. E mais dados estão sendo gerados. Listas de livros que você compra, assim como de livros pelos quais você dá uma passada de olhos, são armazenadas em computadores das livrarias.

Seu cartão de fidelidade informa ao seu supermercado quais alimentos você aprecia. O que era uma moeda anônima colocada em uma cabine de pedágio transformou-se em pedágio eletrônico, que registra em que estrada você esteve e quando. O que costumava ser uma conversa cara a cara tornou-se agora um bate-papo eletrônico, uma troca de mensagens de texto por celular ou uma conversa no Facebook.

Quanto a nossa segurança e privacidade, não temos nenhuma escolha, além de confiar nessas empresas, mesmo que elas tenham pouca motivação para nos proteger. Tanto a ChoicePoint e a Lexis Nexis (empresas de internet norte-americanas de banco de dados) quanto o Bank of America ou a T-Mobile não assumem os custos relacionados a violações de privacidade ou a roubos de identidade digital.

Essa perda de controle sobre nossos dados tem outros efeitos também. Nossas proteções contra casos de abuso policial foram drasticamente diluídas.

Os tribunais têm autorizado a polícia a investigar nossos dados sem um mandado se esses dados se encontrarem sob o domínio de terceiros. Se a polícia quiser ler um e-mail no seu computador, ela precisa de um mandado, mas isso não será preciso se o e-mail for lido a partir dos arquivos de backup localizados em seu provedor.

Isso não é um problema tecnológico, é um problema jurídico. Os tribunais precisam reconhecer que, na era da informação, privacidade virtual e privacidade física não têm as mesmas fronteiras. Nós deveríamos ser capazes de controlar nossos próprios dados, independentemente de onde eles estivessem armazenados. Deveríamos ser capazes de tomar decisões sobre a segurança e a privacidade de nossos dados e ter respaldo legal no caso de as empresas falharem em honrar essas promessas.

De Bruce Schneierdo, do Schneier.com, tradução de Fabiano Fleury de Souza Campos, publicado em 15.7.09 na "Folha de S. Paulo", caderno Informática, p. 5.

segunda-feira, 13 de julho de 2009 | | 0 comentários

Redações inovadoras

No mundo do jornalismo 2.0, não foi só o jornalismo que mudou. O modo de faze-lo sofreu – e sofre – profundas transformações. E isso implica em mudanças interiores e exteriores. No que diz respeito às primeiras, a mudança afeta até a estrutura física das redações. Neste sentido, o Laboratório de Jornalismo Nieman apontou cinco redações consideradas “inovadoras” e/ou “notáveis”.

Em alguns casos, as mudanças são mais conceituais. Exemplo disso é a “redação transparente” do The Spokesman Review’s. Nela, os leitores podem participar das reuniões de pauta diárias e os editores regularmente explicam suas decisões ao público (o vídeo a seguir foi produzido pela Innovation Consulting).



O The Daily Telegraph, de Londres, recentemente promoveu a integração da redação de sua versão digital com a impressa. Para isso, a estrutura da sala foi mudada, com uma espécie de QG central, um “hub”, ao redor do qual se espalham os profissionais (o vídeo também foi produzido pela mesma empresa do anterior).



Para quem pretende obter mais informações, basta clicar aqui.

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Conquistas alheias

Fiquei muito feliz e orgulhoso dia desses por ler no UOL uma reportagem citando o trabalho feito por uma amiga, a jornalista (eu prefiro essa qualificação às demais que ela possui) Érika de Moraes, de Bauru (SP). Sem dúvida, ela merece todas as conquistas que tem obtido.

A reportagem citava seu novo trabalho: “Através de histórias em quadrinhos como as de Maitena – da argentina Maitena Burundarena –, de Radical Chic e de Aline, dos brasileiros Miguel Paiva e Adão Iturrusgarai, respectivamente, a linguista Érika de Moraes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avaliou o perfil da mulher contemporânea, com seus conflitos, dilemas e novos papéis.”

Para quem se interessar em ler a reportagem completa, clique aqui.

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Hoje é dia do rock´n´roll

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Homens de sucesso

Entrevistei hoje no programa “Fatos & Notícias” (seg. a sáb., 11h30, TV Jornal), que faço juntamente com os colegas Ana Paula Sequinato e Luiz Biajoni, o empresário Estevam Júlio Varga. Junto com o irmão Milton, ele foi o fundador da Freios Varga, uma das maiores empresas do ramo de autopeças do Brasil. Seo Júlio, como é chamado, está lançando o livro “Memória da Varga”, feito em parceria com o pesquisador José Eduardo Heflinger Júnior, o Toco.

A entrevista revelou algumas marcas dos irmãos Varga que fizeram da empresa um caso de sucesso (ela chegou a ter 4,7 mil trabalhadores). São elas: a obstinação, o trabalho árduo, a busca pela excelência e uma certa genialidade, que se revela nessas características somadas a uma boa dose de intuição.

Curiosamente, são as mesmas características que identifico em Walt Disney, cuja biografia – assinada por Neal Gabler - estou lendo.

A leitura e a entrevista me fizeram refletir sobre as características de personalidades vencedoras (e o que significa ser “vencedor”). Será que há uma espécie de manual do empreendedor bem sucedido? Será que realmente existe algo em comum entre todos os homens de sucesso? Essas características são inatas ou podem ser adquiridas?

Será que essa noção de sucesso vale para todos? Será que trabalhar duro (tanto Disney quanto Varga abriram mão de muitos momentos particulares em prol do trabalho) é realmente sinônimo de uma vida bem sucedida – ou, em última instância, feliz?

Não tenho essas respostas, não sei se alguém as possui (acho que não). Parece complexo demais – e é. Ainda assim, refletir sobre elas é extremamente interessante, principalmente quando temos alguém com quem discutir esses assuntos.

PS: “Memória da Varga” será lançado oficialmente em Limeira nesta quinta-feira, no Solano´s. O livro estará à venda nas melhores bancas e livrarias de Limeira e na Saraiva.

sexta-feira, 10 de julho de 2009 | | 0 comentários

O tempo passa...

Quem nunca quis ser um super-herói? E quem já imaginou um super-herói velho, decadente? O ilustrador italiano Donald Soffritti fez justamente isso. Ele acaba de lançar um livro na Itália com 40 caricaturas de super-heróis na meia idade. A obra chama-se "Superheroes Decadence" (Editora Comma 22, € 10 ou cerca de R$ 27).

O artista , de 42 anos, de Bolonha, tem um blog com seus trabalhos. Vale a pena conferir. Para acessá-lo, clique aqui.

Fonte das informações: BBC Brasil/UOL
Imagens: Blog do Donald Soffritti

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Abaixo a hipocrisia!

O Brasil muitas vezes parece o país da hipocrisia. Certa vez, uma autoridade norte-americana disse que a corrupção no Brasil era endêmica e abriu-se uma ampla crise diplomática. E a tal autoridade, de cujo nome não me recordo, não havia falado nada além da verdade. Ou não é um ato de corrupção muitas vezes o tal "jeitinho brasileiro" (sem falar na corrupção institucionalizada nos governos).

Agora, leio no UOL que causou polêmica a manifestação da revista "The Economist" chamando o Senado brasileiro de "Casa de Horrores" e afirmando que o presidente Lula tem disposição "em fechar os olhos para escândalos quando lhe convém". Ora, algo disso não procede? Ou Lula não tem fechado os olhos para a corrupção em nome da tal governabilidade?

terça-feira, 7 de julho de 2009 | | 0 comentários

A unanimidade é burra

Sempre tive horror a multidões. Não falo de multidões anônimas em cidades anônimas. Dessas gosto. De me perder nelas e com elas. Falo das outras: multidões politicamente organizadas, que suspendem o raciocínio para seguirem um líder e uma causa. Nelson Rodrigues dizia, com simplicidade avassaladora, que toda unanimidade é burra. Confirmo.

A culpa é minha. A culpa é do meio onde cresci. O meu pai era um liberal clássico. Liberal, não: libertário. Se a liberdade é o valor supremo da existência humana, qualquer limitação à liberdade seria objetivamente um dano. Drogas, prostituição, eutanásia o Estado que se afastasse. Só quando existe invasão da liberdade alheia deve o poder político intervir. Caso contrário, o indivíduo é soberano.

Não para a minha mãe, que sempre gostou de se apresentar, e de se olhar, como uma humanista de esquerda. Uma sociedade civilizada é uma sociedade capaz de cuidar dos mais pobres. O que implica a existência de um Estado sólido e generoso, capaz de distribuir a renda e garantir serviços básicos de decência.

E eu? Eu cresci entre os dois, escutando ambos e discordando de ambos. Sim, a liberdade é um dos valores fundamentais. Não é o valor fundamental, perante o qual todos os outros se vergam. Valores como a igualdade, a justiça ou a segurança podem ter prioridade, e muitas vezes têm, para garantir a sobrevivência de uma comunidade política.

O mesmo para a senhora minha mãe: uma sociedade deve cuidar dos mais fracos; mas não deve permitir que o poder político cresça de forma intolerável e potencialmente perigosa. O poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente. Lord Acton "dixit".

Foi assim que me tornei um conservador pluralista e cético, avesso aos extremos e aos extremistas. E assim continuo: olho em volta e constato, sem surpresa, que os meus amigos se espalham generosamente pela esquerda e pela direita. Discordo muito deles. Mas, por causa deles, dou por mim a discordar várias vezes de mim próprio. Eles não existem para confirmar as minhas certezas. Eles existem para as testar. Malditos sejam. Abençoados sejam.

Agradeço-lhes publicamente. E agradeço também à revista "Spectator", que publicou artigo do cientista político Cass Sunstein que só reforça a minha gratidão. Sunstein publicou livro recente, intitulado "Going to Extremes: How Like Minds Unite and Divide" ("Ir aos Extremos: Como Mentes Semelhantes Unem e Dividem"). A tese é luminosa: pessoas que pertencem a grupos que pensam uniformemente da mesma forma tendem a radicalizar as suas posições.

Existem testes empíricos citados por Sunstein: na França, um grupo de cidadãos franceses foi dividido em grupos menores para trocarem opiniões sobre o presidente francês e o papel dos Estados Unidos no mundo. Ponto de partida: todos os cidadãos, antes da experiência, tinham visão simpática do presidente e visão negativa dos Estados Unidos. Ponto de chegada: depois da experiência, os que gostavam do presidente francês passaram a gostar ainda mais. Os que não gostavam dos Estados Unidos passaram a gostar ainda menos.

O segredo, conta Sunstein, está na própria dinâmica da troca de informação: quando os outros reforçam as nossas verdades, eles não se limitam a justificar epistemologicamente o que pensamos. Eles conferem uma sensação de maior segurança ao que pensamos, radicalizando as nossas atitudes. E basta que exista entre o grupo uma autoridade incontestada e incontestável para que o pensamento uniforme se transforme em ação uniforme. É a receita para o desastre.

A história do extremismo, para Sunstein, é também a história de como certos grupos foram se afastando progressivamente do pluralismo real das sociedades humanas. O Tratado de Versalhes, a falência de Weimar ou a Grande Depressão podem explicar Hitler e a ascensão do partido nazista. Não explicam tudo: é preciso entender os nazistas como um grupo homogêneo, impermeável à crítica externa. Uma realidade fechada onde os diferentes membros se reforçam mutuamente numa espécie de endogamia intelectual e ideológica. Nós, os puros, contra os inimigos impuros: eis a mentalidade típica do extremista. De ontem e de hoje.

Não se iludam. Um esquerdista faz sempre falta numa reunião de reacionários. Um direitista faz sempre falta numa passeata de Porto Alegre. Porque as sociedades livres, no essencial, não se distinguem dos casamentos felizes. E não há casamento que resista quando trocamos vozes distintas por monólogos entediantes.

De João Pereira Coutinho, publicado na "Folha de São Paulo" em 7/7/09, Ilustrada.

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Lembranças no (do) guardanapo

Na hora de pegar a informação, algumas vezes nós, jornalistas (ou seja, todos os brasileiros), temos que recorrer ao improviso. Certa vez, estava num jantar da Associação Paulista de Jornais (APJ), em Bauru, quando vejo atrás de mim, na fila da refeição, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Ao saber que eu era de Limeira, o tucano puxou uma conversa inicialmente descontraída sobre figuras políticas da cidade (questionou sobre o ex-prefeito Pedro Kühl e o ex-presidente do Tribunal de Contas, Antonio Carlos Mesquita).

Depois, obviamente, foi a minha vez de fazer as perguntas - e nessa hora, claro, eu quis saber das pendências do Estado em relação a Limeira (na época, os assuntos principais eram o novo campus da Unicamp e a duplicação do Anel Viário).

Encerrada a conversa, não me restou alternativa a não ser correr para a mesa e anotar os principais pontos no guardanapo...

Não sei bem o motivo, o fato é que guardei esse pedaço de papel durante muito tempo. Até que um dia, limpando minha gaveta, encontrei-o. Contei a história do guardanapo e o mostrei para um amigo, que sugeriu enquadrá-lo. Decidi jogá-lo, não sem antes guardar uma recordação fotográfica daquele momento em que vivi o que sempre ouvia na faculdade: jornalista trabalha 24 horas...

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"Heal the world"

There's a place in your heart
And I know that it is love
And this place could be much
Brighter than tomorrow
And if you really try
You'll find there's no need to cry
In this place you'll feel
There's no hurt or sorrow

There are ways to get there
If you care enough for the living
Make a little space
Make a better place...

We could fly so high
Let our spirits never die
In my heart I feel you are all my brothers
Create a world with no fear
Together we cry happy tears
See the nations turn their swords into plowshares


We could really get there
If you cared enough for the living
Make a little space
To make a better place...


Heal the world
Make it a better place
For you and for me
And the entire human race
There are people dying
If you care enough for the living
Make it a better place
For you and for me
("Heal the World", de Michael Jackson)

segunda-feira, 6 de julho de 2009 | | 2 comentários

!Hala Madrid!

O mundo realmente é pequeno. E a vida, curiosa. Hoje à tarde, estava assistindo à apresentação de Cristiano Ronaldo no Real Madrid (o Santiago Bernabeu recebeu 80 mil pessoas para a festa) quando lembrei que eu estive lá, no mesmo lugar onde ele sentou. Foi na sala de entrevista. E estive lá por duas vezes!



Sempre costumo dizer que viajar é, também, adquirir um sentido de "pertencimento". Significa dizer que passamos a nos sentir parte de um determinado espaço (muitas vezes um espaço atemporal). Passamos a nos identificar com o lugar.

No caso do Real Madrid, essa foi a sensação.

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Palavras e ações

Hoje, fui ao supermercado e no lugar de usar as tradicionais sacolinhas plásticas, que são nocivas ao ambiente (demoram dezenas de anos para se desintegrar), decidi comprar uma ecobag (fiz isso depois de ouvir um "convite" do próprio supermercado via sistema de som para que os clientes aderissem à moda ambientalmente correta). Paguei cerca de R$ 4 - havia um outro modelo por R$ 1,70 (o mais caro é de uma sacola que se transforma numa pequena bolsa, prática para ser transportada). Já fiz minha parte, e você, o que está esperando?

Hoje, fui ao supermercado comprar feijões brancos. Vi uma interessante reportagem no "Globo Repórter" de sexta-feira (3/6) falando dos benefícios desse alimento quando ingerido cru, após ser triturado (óbvio). Decidi aderir.

PS: para quem tiver interesse (eu recomendo), a reportagem sobre o feijão pode ser vista clicando aqui.

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Sugestão de leituras

- Para quem não leu, recomendo o artigo de Ferreira Gullar - publicado pela "Folha de S. Paulo" neste domingo em Ilustrada. Segue um trecho: "Pois é, ter filhos se tornou, no Brasil do Lula, um modo fácil de aumentar a renda familiar". Para ler, clique aqui (o acesso exige senha).

- Para quem costuma atribuir à imprensa a culpa por tudo, eis um interessante artigo de Ruy Castro, publicado sábado na "Folha". O título é "Receitas letais".

"Gay Talese é um escritor americano cujo nome vem sempre associado a expressões de que ele diz não gostar, como 'new journalism' e 'jornalismo literário'. Eu também não gosto. Jornalismo é jornalismo.

Se não contiver informação original e acurada, o 'literário' não conseguirá salvá-lo. E seria assim tão novo o 'new journalism' criado por Talese, Tom Wolfe e outros na revista 'Esquire' nos anos 60? Sem esse nome, os americanos já pareciam praticá-lo 30 anos antes, no jornal 'New York World', de Herbert Bayard Swope, na 'New Yorker' e na própria 'Esquire'. Mesmo no Brasil dos anos 40, Joel Silveira e Rubem Braga também faziam parecido. Ou será que, antes do 'new journalism', toda a imprensa escrevia mal?

Como receita de trabalho, Talese sempre enfatiza a necessidade de o repórter ouvir muita gente e observar o ambiente -se Frank Sinatra não quer falar com você, fale com quem estiver à volta dele e esquadrinhe o cenário. Uma técnica que remonta a Gutenberg, mas, vá lá. O importante é apurar, não pressupor, e só então escrever.

Daí a surpresa ao ler na Folha que, para Talese, 'a imprensa matou Michael Jackson'. Mas como? Segundo ele, Michael se entregou aos remédios 'controlados' porque a imprensa o acusava de abusar sexualmente de criancinhas. É uma afirmação ousada. Talese terá ouvido isso de Michael, do psiquiatra, da enfermeira ou da babá do artista? Ou será uma suposição?

Objetivamente, Michael parecia ser usuário em alta escala dos analgésicos opioides Demerol, OxyContin e Dilaudid, do narcótico Vicodin, do ansiolítico Xanax, do relaxante muscular Soma, do antidepressivo Paxil, do antialérgico Vistaril (que potencializa o efeito dos opiáceos) e do sedativo Diprivan, para anestesia geral. Nem a imprensa pode ser tão letal."

sexta-feira, 3 de julho de 2009 | | 1 comentários

Mais sobre ética

A seguir, mais dois trabalhos sobre ética feitos por alunos do segundo ano de Jornalismo do Isca Faculdades, de Limeira (SP).


Por Carlos Giannoni e Lídia Baião


Por Beatriz Belchior e Cíntia Ferreira

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Fotos editadas

A Folha Online trouxe no último dia 23/6 uma interessante reportagem cujo título bem resume seu conteúdo “Excesso de Photoshop e bizarrices estampam capas de revistas”. Curiosamente, abordei esta questão no primeiro semestre durante as aulas de Ética para uma turma do segundo ano de Jornalismo do Isca Faculdades.

A reportagem aponta que os retoques nas fotos ganharam força com a tecnologia digital, seja com os recursos das próprias máquinas ou de programas de edição, como o Photoshop. “Para manipular uma foto basta aprender a usar algumas ferramentas e os olhos ganham tons vivos e brilhantes, as peles ficam iluminadas e os dentes brancos e alinhados”, cita um trecho.

Obviamente, esse tipo de recurso abre uma interessante discussão ética, talvez tão ampla quanto as possibilidades de alteração na imagem que ele propicia. A reportagem estava acompanhada de um vídeo que traz uma interessante análise do professor Wilson Bekesas, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).


Para ler a reportagem, clique aqui.

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Constatação

Nunca antes na história deste país, para usar uma expressão tão cara a Lula, um presidente da República teve a oportunidade – tamanho o respaldo popular que carrega - de romper com as estruturas viciadas do poder. E talvez tenha se apegado a elas como nunca antes na história deste país...

PS: não custa lembrar que, antes de Sarney, Lula já havia defendido os “mensaleiros”, Severino Cavalcanti, Renan Calheiros...

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Sabedoria indiana

"Antes de abrir a sua boca, tenha certeza de que suas palavras serão mais valiosas do que o seu silêncio."

PS: ouvi hoje na novela das nove. Faz muito sentido!

quinta-feira, 2 de julho de 2009 | | 0 comentários

Lições de Gay Talese