sábado, 14 de março de 2009 | |

A vez de Shakespeare

Gênios são gênios e não sem motivo.


Entre os mestres da palavra, depois de Woody Allen (já citado neste blog), decidi ler Shakespeare. "Hamlet" foi a peça escolhida (eu já lera "Romeu e Julieta"). Trata-se de um drama com contornos épicos (contornos apenas). É de "Hamlet" expressões que se imortalizaram, como "ser ou não ser - eis a questão" (reduzida assim, perdeu seu sentido), "Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia" (nós sempre tiramos o Horácio da frase...) e "Há algo de podre no Estado da Dinamarca" (costumamos trocar "Estado" por "reino").

Estas se imortalizaram, sabe-se lá por qual motivo, mas há no texto tantas outras (melhor seria dizer o texto todo?) passagens primorosas que ler "Hamlet" foi um grande prazer.

A seguir, reproduzo algumas dessas passagens. Por uma questão de correção, trago também um trecho mais completo da famosa "ser ou não ser...". E, de antemão, digo qual das passagens é a minha favorita: "O senhor certamente tranca a porta à própria liberdade se esconde as angústias até do seu amigo". Eis as demais:

"Fragilidade, teu nome é mulher!"

"Lhe entregar o coração ou abrir teu mais casto tesouro
À sua luxúria sem controle.
Cuidado, Ofélia, cuidado, amada irmã, vigia!"

"Quando o sangue ferve, como a alma é pródiga
Em emprestar mil artimanhas à língua."

"E ser honesto, hoje em dia, é ser um em dez mil."

"Que fazem indivíduos como eu rastejando entre o céu e a terra? Somos todos rematados canalhas, todos!"

"Felizes esses
Nos quais paixão e razão vivem em tal harmonia"

"Que faria o homem, se não risse?"

"O mundo não é eterno e tudo tem um prazo
Nossas vontades mudam nas viradas do acaso;"

"É evidente que esse que nos criou com tanto entendimento,
Capazes de olhar o passado e conceber o futuro, não nos deu
Essa capacidade e essa razão divina
Para mofar em nós, sem uso. Ora, a não ser por esquecimento animal
Ou por decisão pusilânime,
Nascida de pensar com excessiva precisão nas consequências -
Uma meditação que, dividida em quatro,
Daria apenas uma parte de sabedoria
E três de covardia"

"Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias -
E, combatendo-o, dar-lhe fim?"

E, para finalizar esta humilde postagem sobre a genialidade de Shakespeare, não é mesmo gênio aquele que assim encerra uma carta de amor?

"Aquele que tu sabes teu, Hamlet!"

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